Por Agência Lusa,
O presidente do Sindicato Nacional da Polícia pediu hoje ao
Ministério da Administração Interna que altere “com a máxima brevidade” a
legislação relativa ao policiamento nos eventos desportivos, apelando aos
presidentes de clubes para que “não corram mais riscos”.
Adeptos de Sporting de Braga e Paços de Ferreira envolveram-se
hoje em confrontos no Estádio Municipal de Braga, obrigando os pacenses a
refugiar-se atrás de uma das balizas, durante o jogo da Liga de futebol.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato Nacional
da Polícia (SINAPOL), Armando Ferreira, disse que esta era “uma notícia que
estava anunciada”, uma vez que se estava “a jogar com muito risco”, pelo facto
de “os clubes poderem decidir se querem ter policiamento ou não durante os
eventos desportivos”.
“O erro legislativo que foi criado foi dar essa opção aos clubes
que depois, por medidas economicistas, decidem não requisitar o policiamento.
Era expectável o que aconteceu hoje. Eu peço que o Ministério da Administração
Interna reveja esta legislação e a altere com a máxima brevidade e aos clubes e
aos presidentes de clubes que não corram mais riscos”, apelou.
Na opinião do presidente do SINAPOL, “um presidente de um clube,
por aquilo que hoje aconteceu, pode ser responsabilizado criminalmente”.
“Aconteceu aquilo que se esperava, que era haver um jogo de
futebol em que não estão polícias presentes e os tumultos desencadeiam-se de
tal forma que, depois, ainda se torna mais difícil para os polícias poderem
restabelecer ordem na situação, uma vez que não estão no interior do estádio”,
condenou.
Armando Ferreira defende por isso que o Ministério da
Administração reveja esta lei, “porque, para além de pôr em causa a segurança
das pessoas que vão assistir a estes eventos, também se põe em causa a
segurança dos chamados ‘stewards’, que não estão socorridos dos polícias e
põe-se também a questão da segurança dos próprios polícias”.
“Até os próprios clubes vão ter que repensar a sua política de
requisitar ou não policiamento desportivo porque, se calhar, em casos de
indemnização que os adeptos possam vir a desencadear contra os clubes por se
sentirem inseguros ou terem sido agredidos, vai sair mais caro aos clubes não
requisitar os polícias do que requisitá-los”, antecipou.
O presidente do sindicato referiu que ainda que “o mais caricato,
para o jogo continuar”, foi o facto de terem que estar no local “polícias pagos
por todos os cidadãos e não pelo clube”.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico
i, 12-02-2013
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