O consenso social acabou. Foi substituído por um
braço-de-ferro. Um braço-de-ferro entre o primeiro-ministro e o país.
A TSU não vale isso.
A TSU não vale isso.
Entalado entre a entrevista incendiária de Manuela
Ferreira Leite, a ameaça de uma moção de censura de António José Seguro e o
clamor da sociedade civil contra o agravamento da austeridade, Passos Coelho
disse ao que vinha logo nos primeiros minutos da entrevista à RTP: não recuo,
não recuo, não recuo.
Por coragem? Por teimosia? Por estar amarrado à troika?
Ou, pura e simplesmente, por não ter alternativa?
Para Passos, recuar é cair no abismo.
Mas se Passos não recuar, é o país que cai no abismo.
Ora o primeiro-ministro fez uma escolha. Ele não falou para o país. Falou para os seus adversários políticos. Em particular para os que mais o ameaçam, os que estão dentro do seu partido e dentro do seu Governo. E para Belém.
Lembrou a Cavaco, a Ferreira Leite e aos seus deputados que o FMI terá que dar luz verde ao Orçamento e às medidas que ele e o ministro das Finanças anunciaram. Lembrou ao entretanto emudecido Paulo Portas que o próprio Paulo Portas deu o visto prévio à austeridade que agora não defende. Estão todos amarrados.
Reconheceu que esta foi a mais difícil negociação que teve com a troika. Ou seja, que o alívio das metas do défice teve um preço muito alto. E que não há margem real para mudar nada no orçamento – só para “modelar”. Mas está isolado e fragilizado.
Não reconheceu que perdeu o país na declaração de há uma semana. Não o recuperou, de todo, esta noite. E sabe-o. Mas está a ser incapaz de medir as consequências disso.
O consenso social acabou. Foi substituído por um braço-de-ferro. Um braço-de-ferro entre o primeiro-ministro e o país.
A TSU não vale isso.
Por coragem? Por teimosia? Por estar amarrado à troika?
Ou, pura e simplesmente, por não ter alternativa?
Para Passos, recuar é cair no abismo.
Mas se Passos não recuar, é o país que cai no abismo.
Ora o primeiro-ministro fez uma escolha. Ele não falou para o país. Falou para os seus adversários políticos. Em particular para os que mais o ameaçam, os que estão dentro do seu partido e dentro do seu Governo. E para Belém.
Lembrou a Cavaco, a Ferreira Leite e aos seus deputados que o FMI terá que dar luz verde ao Orçamento e às medidas que ele e o ministro das Finanças anunciaram. Lembrou ao entretanto emudecido Paulo Portas que o próprio Paulo Portas deu o visto prévio à austeridade que agora não defende. Estão todos amarrados.
Reconheceu que esta foi a mais difícil negociação que teve com a troika. Ou seja, que o alívio das metas do défice teve um preço muito alto. E que não há margem real para mudar nada no orçamento – só para “modelar”. Mas está isolado e fragilizado.
Não reconheceu que perdeu o país na declaração de há uma semana. Não o recuperou, de todo, esta noite. E sabe-o. Mas está a ser incapaz de medir as consequências disso.
O consenso social acabou. Foi substituído por um braço-de-ferro. Um braço-de-ferro entre o primeiro-ministro e o país.
A TSU não vale isso.
Público
14.09.2012