22:28 - 11 de Fevereiro de 2013 | Por Lusa

"As
referidas alterações foram expedidas pelo Ministério da Justiça, para efeitos
de subsequente processo legislativo, pelos canais institucionais normais, no
passado dia 22 de Novembro de 2012", diz o comunicado.
O MJ
acrescenta que "estas medidas contemplam alterações ao Código Penal,
concretamente o alargamento do conceito de 'funcionário', o regime aplicável ao
crime de tráfico de influência e a alteração do prazo de prescrição deste
ilícito".
O
documento esclarece ainda que as alterações à Lei n.º 34/87, de 16 de Julho,
"que respeita a crimes da responsabilidade de titulares de cargos
políticos", alargou a criminalização "a detentores de cargos
políticos em organismos internacionais, membros de assembleias parlamentares,
incluindo de outros Estados, com poderes legislativos ou administrativos".
"Procedeu-se
também à alteração da Lei n.º 20/2008, de 21 de Abril, relativa ao regime penal
de corrupção no comércio internacional e no sector privado, designadamente aumentando
as sanções penais", salienta o Ministério da Justiça, acentuando que está
a elaborar "uma nova proposta de criminalização do enriquecimento
ilícito".
Acrescenta
o MJ que "as respostas às recomendações do GRECO devem ser remetidas ao
respectivo secretariado até 30 de Junho de 2013" e que se encontram
"em curso outras duas avaliações em matérias de corrupção, das Nações
Unidas e da OCDE, cujos projectos de relatórios não entraram sequer ainda em
fase de discussão".
Em
comunicado hoje divulgado, a direcção da TIAC, representante portuguesa da rede
global anti-corrupção Transparency International, lamentou “a reiterada falta
de progressos na luta contra a corrupção por parte das autoridades portuguesas,
sublinhada mais uma vez no último relatório de avaliação do Grupo de Estados
Contra a Corrupção”, do Conselho da Europa.
Estas
conclusões constam do relatório do GRECO sobre o cumprimento das recomendações
dos avaliadores, no âmbito da terceira ronda de avaliação, que incide sobre os
procedimentos de incriminação e a regulação e supervisão do financiamento
político.
Os resultados desta avaliação
“são desoladores”, sublinha a TIAC, apontando que Portugal só aplicou uma das
13 medidas recomendadas pelo GRECO, desenvolveu parcialmente quatro e deixou
totalmente de lado as restantes oito recomendações.
Na
opinião do presidente daquela associação cívica, Luís de Sousa, não há vontade
política para acabar efectivamente com a corrupção, o que se verifica desde
logo pela ausência de medidas concretas nos programas do Governo, e pelo
desnorte da justiça.
“É de
lamentar que haja cidadãos a responder em tribunal pelo crime de difamação –
uma verdadeira aberração jurídica – por se terem insurgido contra a
prepotência, o clientelismo e a inoperância das autoridades judiciárias,
enquanto eleitos condenados por crimes de fraude e abuso de poder continuam no
exercício de funções, em claro desrespeito pelo Estado de direito”, afirmou.
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