"É um sindicato. Não
respondo a sindicatos", disse Marinho Pinto à agência Lusa, em Coimbra,
sem fazer mais declarações sobre a iniciativa da ASJP.
Em comunicado enviado à Lusa, a Associação Sindical dos Juízes
anunciou hoje que vai avançar com uma queixa para que o MP investigue as
declarações "gravíssimas" do bastonário dos advogados, sobre o
"comportamento profissional" dos magistrados e "a actividade do
sistema judicial".
A ASJP considera que as afirmações de Marinho Pinto, hoje, na
Assembleia da República, após uma audiência na Comissão Parlamentar de Assuntos
Constitucionais, são "acusações inaceitáveis, lamentáveis e
indignas", proferidas "por um bastonário a esgotar o seu
mandato".
As afirmações do bastonário da
Ordem dos Advogados foram feitas "no seio de um órgão de soberania sobre
outros titulares de órgãos de soberania", afirma a estrutura
representativa dos juízes, realçando que um dos princípios estatutários da ASJP
é o de "pugnar pela dignificação da Justiça e da função judiciária",
o que a leva a comunicar os factos ao Departamento de Investigação e Acção
Penal (DIAP) de Lisboa.
Marinho Pinto considerou hoje que "muitos dos tribunais
arbitrais" são utilizados para "legitimar actos de verdadeira
corrupção" em Portugal, com transferência de "recursos públicos para
bolsos privados".
Ao fim da tarde, em Coimbra, o bastonário participou num debate
com o seu homólogo da Ordem dos Enfermeiros (OE), Germano Couto, tendo sido o
primeiro convidado do ciclo de tertúlias "Conversas na Ordem",
promovido pela Secção Regional do Centro da OE.
Com a participação de figuras públicas de diferentes áreas, todas
as tertúlias, além do convidado, terão como orador o bastonário da Ordem dos
Enfermeiros, Germano Couto.