terça-feira, 13 de março de 2007

O distanciamento do sistema

Não é mais possível a qualquer cidadão não ligado ao sistema continuar a assistir impávido ao escândalo da exibição dos lucros das instituições bancárias, mais ou menos públicas ou privadas.
No país em que vivemos, com pessoas no infra limiar da pobreza, com uma classe média em vias de extinção, é indecoroso o que se exibe de lucros da banca e dos banqueiros. Por um lado o afã da cobrança de impostos daqueles que se têm escapado inigualitariamente aos seus tributos – e muito bem se feito por métodos correctos; por outro, o crescimento destes monstros, em que se inclui a Telecom, em paradas de administradores que nos vêm dizer quanto têm “esmifrado” à população em bens ditos essenciais – as comunicações e telecomunicações. E como apesar disso publicitam da forma mais veemente e muitas vezes de péssimo gosto em campanhas que saem exactamente dos bolsos daqueles mesmos consumidores que assistem às “assinaturas” e à fixação de preços. A pretensa concorrencialidade que a União Europeia pretende implantar à custa de directivas, apesar de transpostas, em nada se vê de resultados no tocante aos ditos consumidores. Intenções pias, entidades reguladoras enroladas em processos de deslindamento sobre se são infringidas ou não as regras da concorrência mas que, no fundo, esquecem, sob tais meandros, que a finalidade última é a de ter serviços melhores e mais baratos para o comum do cidadão.
Em contrário, vemos estas hidras de sete cabeças proliferarem em lucros e mais lucros para colocar em despesas que elas melhor conhecem, quiçá em investimentos de offshore ou quejandos, criando um verdadeiro fosso com a generalidade dos cidadãos que os vê crescer sem qualquer esperança de o Governo os representar na disciplina desse tal crescimento com regras!
Retirado o apoio, por parte do Governo, nas despesas de comunicações à população idosa mais desfavorecida, será que a Telecom vai assumir a sua continuação? A ver vamos.