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segunda-feira, 15 de abril de 2013
A terceira será de vez?
Correio da
Justiça
O TC
declarou inconstitucionais as normas do Orçamento do Estado de 2013 que,
retirando-lhes os subsídios de férias, diminuíam os salários dos servidores
públicos e as pensões dos pensionistas, por violação do princípio da igualdade
e do princípio da justa repartição dos encargos públicos.
Enquanto alguns reclamavam uma nova Constituição sem esse
obstáculo que se chama "igualdade entre cidadãos" (não se esqueçam de
avisar a ONU para alterar também a Declaração Universal dos Direitos Humanos),
o Governo rapidamente informou a troika de que já tem forma alternativa para
obter as mesmas receitas: é reduzir os salários do sector público e as pensões.
Perguntará: mas isso não é a
mesma coisa? É. O Tribunal Constitucional não disse já duas vezes que isso é
inconstitucional? Disse. O Governo ainda não percebeu? Parece que não. Como é
que é possível? Explique quem conseguir, mas aposto que o Governo vai
mostrar-se surpreendido quando o TC o disser pela terceira vez.
Mais de 5000 queixas em julgamento no caso dos implantes mamários PIP
15/04/2013 - 00:00
Em Portugal, médico que acompanhou cerca de 200 mulheres diz não
ter conhecimento de queixas à Justiça
O megaprocesso do escândalo dos implantes mamários da marca
francesa PIP começa a ser julgado na quarta-feira em Marselha, com cerca de
5000 queixosos, a esmagadora maioria franceses, segundo a AFP. Em Portugal, não
há notícia de queixas. As autoridades portuguesas tinham registado, no início
deste ano, 62 rupturas de implantes mamários desta marca em 52 mulheres. Celso
Cruzeiro, do Serviço de Plástica e Unidade de Queimados dos Hospitais da
Universidade de Coimbra, acompanhou pessoalmente cerca de 200 mulheres. Em
declarações ao PÚBLICO, o cirurgião diz não ter conhecimento de que alguma
tenha apresentado queixa contra a PIP. E lembra que não houve complicações de
saúde registadas.
Uma pesquisa no Reino Unido
revelou que o gel de silicone colocado dentro das próteses PIP não era tóxico
nem aumentava o risco de cancro da mama, mas confirmou que estes dispositivos
tinham uma maior probabilidade de ruptura.
Quando o caso foi conhecido,
a Direcção-Geral da Saúde portuguesa emitiu recomendações para que houvesse uma
apertada vigilância - cerca de 3100 próteses da marca tinham sido adquiridas em
Portugal (1500 a 1700 mulheres). Muitos implantes foram removidos, sobretudo
por prevenção.
Cinco líderes da antiga
empresa PIP, que entretanto fechou em 2010, vão agora ser julgados por burla e
fraude agravada por usarem um gel que não era próprio. O fundador da PIP,
Jean-Claude Mars, de 73 anos, que chegou a ser detido, é a personagem central
deste processo - no início dos anos 2000, conseguiu fazer desta pequena empresa
o terceiro fornecedor mundial de implantes mamários.
"Se nem todas as
mulheres têm sequelas físicas ou psicológicas importantes, todas estão marcadas
para a vida", afirmou Joëlle Manighetti, uma das queixosas, que teve de
retirar uma prótese PIP após ter feito uma remoção total do seio em 2009. PÚBLICO/Lusa
MP defende reapreciação do caso Liliana Melo
ANDREIA
SANCHES
Público - 15/04/2013 - 00:00
O Ministério Público defende que
Liliana Melo, a mulher de 34 anos a quem o Tribunal de Sintra mandou, em Maio
de 2012, retirar sete dos dez filhos, tendo em vista uma futura adopção, tem
direito a recorrer dessa decisão. E que o caso deve voltar a ser apreciado. A
posição consta de um acórdão do Tribunal Constitucional (TC) de 10 de Abril.
As advogadas de Liliana Melo
tinham pedido ao TC que, até que o caso estivesse definitivamente esclarecido,
nenhuma diligência que servisse para que os menores fossem adoptados fosse
tomada. Na quarta-feira, o TC fez saber que não suspende qualquer processo que
possa estar, ou venha a estar, em curso, no sentido da adopção das crianças que
estão a viver em instituições desde Junho. Lembra, contudo, que uma adopção só
termina quando o tribunal emite uma sentença final de entrega das crianças a
uma família.
Neste caso, entende o TC,
"qualquer adopção só deverá ser decretada depois de devidamente
esclarecidas, nos autos, por decisão transitada em julgado, as diversas
questões suscitadas quer pelos menores, quer pelos seus progenitores".
O caso de Liliana tornou-se
mediático no início deste ano. O tribunal decidiu que esta muçulmana de Cabo
Verde, desempregada, poderia ficar apenas com duas filhas, de 16 e dez anos;
uma terceira já é autónoma; os restantes sete, mais novos, deveriam ser-lhe
retirados. Um dos incumprimentos apontados à família, que tinha sido
acompanhada durante anos, foi o facto de Liliana recusar laquear as trompas.
Liliana conheceu a sentença numa sexta-feira à tarde (25 de Maio), sem
advogado, e só teve acesso à mesma no dia 28. Tinha dez dias para recorrer. A
dúvida é se este prazo conta a partir de 25, como entendeu o Tribunal da
Relação, que recusou o recurso, ou de 28. Dúvida que o TC deverá em breve esclarecer.
O MP já disse que acha que deve ser dada à mãe "oportunidade de
contestar".
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