Cum grano salis
Informação e reflexão jurídicas
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Voo de Moscovo para Havana levanta sem Snowden
Agência de notícias russa diz que "provavelmente" o norte-americano já não se encontra na capital russa.
O voo onde se esperava que Edward Snowden viajasse de Moscovo para Havana levantou sem o jovem norte-americano, ex-consultor informático de empresas subcontratadas pela Agência Nacional de Segurança (NSA) que os Estados Unidos acusam de espionagem e roubo de propriedade. Mas a agência de notícias Interfax diz que Snowden já não deverá estar na capital russa.
Snowden chegou domingo a Moscovo, vindo de Hong Kong, onde estava desde 20 de Maio. Foi ali que escolheu ficar depois de ter enviado para os jornais
Guardian
e
Washington Post
a extensa documentação que reunira sobre os programas de registos de chamadas telefónicas e recolha de emails e conversas na Internet geridos pela NSA.
Os Estados Unidos acusaram formalmente Snowden na sexta-feira, pedindo às autoridades de Hong Kong para o prenderem – estas dizem que ainda esperavam por algumas informações sobre o processo no momento em que Snowden quis abandonar a região administrativa chinesa, pelo que não tinham como impedi-lo de viajar.
Snowden viajou de Hong Kong para Moscovo acompanhado por membros da Wikileaks, de Julian Assange, incluindo Sarah Harrison, consultora jurídica do fundador da Wikileaks . Pensava-se que voaria agora para a capital cubana e dali para a Venezuela ou o Equador – o Ministério dos Negócios Estrangeiros equatoriano confirmou ter recebido um pedido de asilo.
Vários jornalistas que apanharam o avião para Havana, que levantou pelas 11h15 (14h15 em Moscovo) dizem que Snowden não está a bordo. A companhia russa Aeroflot já confirmou isso mesmo.
Uma fonte citada pela agência de notícias Interfax diz que "Snowden provavelmente já deixou a Rússia". "Ele pode ter viajado a bordo de outro avião. É pouco provável que os jornalistas tenham testemunhado a sua partida."
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, considerou esta segunda-feira “muito decepcionante” que Snowden tenha podido viajar de Hong Kong para Moscovo, afirmando que haverá consequências nas relações dos EUA com a Rússia e com a China.
Segundo responsáveis chineses citados pela Reuters, foi a própria China que orquestrou a fuga de Snowden, precisamente para evitar uma batalha judicial sobre a extradição que se avizinhava longa e que Pequim considerava que seria prejudicial para as relações com Washington.
Público, 24 de Junho de 2013
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