segunda-feira, 24 de junho de 2013

Recuperação da zona euro vai ser lenta com PIB a crescer 0,9% em 2014

LUSA 

A Ernst & Young acredita que a recuperação na zona euro vai ser lenta, esperando que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 0,9% em 2014 e em torno de 1,5% ao ano entre 2015 e 2017.
De acordo com o relatório de Verão para a zona euro elaborado pela consultora Ernst & Young, “espera-se uma recuperação mais lenta do que inicialmente previsto, com o PIB a crescer 0,9% em 2014 e em torno de 1,5% ao ano no período de 2015-2017”, enquanto o desemprego deve atingir “um pico máximo” na área do euro de 12,7% no primeiro trimestre do próximo ano.

O estudo prevê ainda uma contracção de 0,6% do PIB este ano, o que corresponde a uma queda “ligeiramente superior” à observada em 2012.

“O impacto negativo do ambiente internacional sobre as exportações e o aumento do desemprego na zona euro continuarão a prejudicar o crescimento e resultarão numa recessão, em 2013, superior ao previsto”, refere o estudo.

O relatório, embora reconheça alguns “sinais de melhoria” nesta região, garante que “pequenas ou nenhumas alterações” podem ser esperadas a menos que o Banco Central Europeu (BCE) tome medidas “mais significativas”.

O estudo assinala ainda uma mudança no discurso dos responsáveis políticos que actualmente passaram a referir a necessidade de uma maior credibilidade fiscal e menos austeridade.

A consultora conclui que “uma eventual redução para metade” das medidas de austeridade actualmente prevista resultaria num aumento do PIB da zona euro de cerca de 1% em 2014, com a Grécia e a Espanha a serem os países mais beneficiados.

Segundo a Ernst & Young, o atraso na recuperação da zona euro é em parte explicado pelo arrefecimento dos mercados emergentes, nomeadamente a China e o Brasil.

“Estes dois países são mercados chave para as exportações da região e motores do crescimento global", estando a sua evolução actual a superar os "efeitos positivos” da situação nos Estados Unidos, salienta.

O documento refere também que a fraca procura por bens e serviços da zona euro irá afectar o crescimento das exportações, que até agora têm permanecido “um ponto positivo” para economias, como a alemã e a espanhola.

A consultora reviu em alta a taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2014 para 12,7% (dos 12,5% estimados anteriormente), o que corresponde a mais 500 mil trabalhadores desempregados na zona euro.

Actualmente, 20,5 milhões de pessoas estão desempregadas na zona euro, com destaque para os jovens (24% em média).

Na Grécia e em Espanha “os níveis são alarmantes”, com taxas de desemprego de 59% e 56%, respectivamente.

A consultora prevê que, com esta conjuntura, a fraqueza do mercado de trabalho irá influenciar negativamente o rendimento familiar e que, consequentemente, o consumo seja afectado ao longo dos próximos anos.

Em 2013, o consumo privado na zona euro deverá reduzir-se em 0,8%, embora para 2014 se estime que cresça 0,5% e aumente para um pouco mais de 1% em 2015.
Público on line, 24 de Junho de 2013

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