sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Período "pós-crise tem de começar a ser preparado" em Portugal

O presidente do Tribunal de Contas (TC), Guilherme d'Oliveira Martins, disse esta sexta-feira que têm de ser dadas condições "de esperança" aos cidadãos, uma vez que "o pós-crise tem de começar a ser preparado" em Portugal.

Período pós-crise tem de começar a ser preparado em Portugal17:28 - 22 de Fevereiro de 2013 | Por Lusa
Falando aos jornalistas no Parlamento, Guilherme d'Oliveira Martins relembrou que a "disciplina financeira é fundamental", para mais num exercício orçamental, o de 2013, que é o "mais difícil desde 1974 em razão das condicionantes muito complexas, designadamente externas, que prevalecem" na economia portuguesa.
Para o pós-crise, o presidente do TC pede a entrada em vigor de "mecanismos de disciplina financeira e orçamental" que sejam articulados com medidas ligadas à "justiça, emprego e investimento" no garantir de "condições de esperança e confiança" aos cidadãos portugueses.
Guilherme d'Oliveira Martins foi hoje ouvido na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública sobre a sétima alteração à lei de enquadramento orçamental, que inclui a ´regra de ouro', que impõe a obrigação de alcançar um défice estrutural equilibrado.
A chamada 'regra de ouro', que os países devem consagrar com valor vinculativo e permanente na legislação nacional, obriga cada Estado-membro subscritor do pacto a não ultrapassar um défice estrutural de 0,5% e a ter uma dívida pública sempre abaixo dos 60% do Produto Interno Bruto (PIB).
Quem não cumprir estas disposições poderá sofrer sanções pecuniárias, até 0,1% do PIB, impostas pelo Tribunal Europeu de Justiça, e cada Estado-membro compromete-se a colocar em prática internamente um "mecanismo de correcção", a ser activado automaticamente, em caso de desvio dos objectivos, com a obrigação de tomar medidas num determinado prazo.
A Comissão Europeia disse hoje esperar para Portugal quase o dobro da recessão em 2013 que o estimado anteriormente, passando de uma contracção de 1% para 1,9%, e sublinhou também que pode voltar a piorar as previsões já no próximo mês de Março.
Nas suas previsões económicas de inverno hoje divulgadas, Bruxelas explica que a queda de 1,8% do Produto Interno Bruto no quarto trimestre do ano passado (em termos homólogos) foi "inesperada" e que se deveu a uma contracção pronunciada na procura interna e a uma desaceleração nas exportações nesta parte final do ano.
Com este resultado a recessão foi de 3,2% do PIB, mais grave que os 3% estimados na altura da sexta revisão do programa.

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