quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Taxa de esforço 200% superior


Sábado diz que poder de compra retrocedeu a níveis de 2004 e taxa de esforço escalou para valor 200% acima da UE. Trabalhadores lusos são dos que ganham menos na OCDE e desde 2008 perderam 10% do rendimento.
As novas medidas anunciadas pelo Governo vão fazer com que os trabalhadores do privado paguem mais 7 pontos percentuais para a Segurança Social; os independentes mais 1,1 pontos percentuais; e será ainda pior para os funcionários públicos.
Uma das questões que se coloca é se realmente os portugueses ganham assim tanto. E a resposta é simples: não! De acordo com o último relatório da OCDE, o salário médio anual nacional (depois de impostos) é mesmo um dos mais baixos entre os países da organização: 13 442 euros em 2011, repartido em 14 meses, ou seja, 960 euros por mês. Abaixo ficam apenas países como a República Checa, Eslováquia, Polónia e Hungria. De frisar que até os trabalhadores gregos e irlandeses – países que também foram alvo de assistência financeira – recebem mais do que os portugueses: 16 719 euros e 32 241 euros anuais respectivamente. Na prática, e desde o início da crise económica em 2008, "o rendimento médio disponível dos portugueses, ricos e pobres, desceu 10%, o que é muito, mas muito significativo", avançou à SÁBADO o economista Silva Lopes. E esta estimativa não contempla ainda as novas medidas: "com isto vai ser ainda pior."
Já no que respeita ao poder de compra, e segundo dados do Eurostat, Portugal retrocedeu para níveis de 2004 e a taxa de esforço fiscal fixou-se entre "180 e 200% acima da UE", refere o fiscalista Tiago Caiado Guerreiro. De frisar que cada cidadão pode contestar os cortes e recorrer para o Tribunal Constitucional.
Destak via Sábado | 13-09-2012

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