Sábado diz que poder de compra retrocedeu a níveis
de 2004 e taxa de esforço escalou para valor 200% acima da UE. Trabalhadores
lusos são dos que ganham menos na OCDE e desde 2008 perderam 10% do rendimento.
As novas medidas anunciadas pelo Governo vão fazer
com que os trabalhadores do privado paguem mais 7 pontos percentuais para a
Segurança Social; os independentes mais 1,1 pontos percentuais; e será ainda
pior para os funcionários públicos.
Uma das questões que se coloca é se realmente os
portugueses ganham assim tanto. E a resposta é simples: não! De acordo com o
último relatório da OCDE, o salário médio anual nacional (depois de impostos) é
mesmo um dos mais baixos entre os países da organização: 13 442 euros em 2011,
repartido em 14 meses, ou seja, 960 euros por mês. Abaixo ficam apenas países
como a República Checa, Eslováquia, Polónia e Hungria. De frisar que até os
trabalhadores gregos e irlandeses – países que também foram alvo de assistência
financeira – recebem mais do que os portugueses: 16 719 euros e 32 241 euros
anuais respectivamente. Na prática, e desde o início da crise económica em
2008, "o rendimento médio disponível dos portugueses, ricos e pobres,
desceu 10%, o que é muito, mas muito significativo", avançou à SÁBADO o
economista Silva Lopes. E esta estimativa não contempla ainda as novas medidas:
"com isto vai ser ainda pior."
Já no que respeita ao poder de compra, e segundo
dados do Eurostat, Portugal retrocedeu para níveis de 2004 e a taxa de esforço
fiscal fixou-se entre "180 e 200% acima da UE", refere o fiscalista
Tiago Caiado Guerreiro. De frisar que cada cidadão pode contestar os cortes e
recorrer para o Tribunal Constitucional.
Destak
via Sábado | 13-09-2012
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