terça-feira, 9 de abril de 2013

Gaspar proíbe novas despesas no Estado sem autorização

RAQUEL ALMEIDA CORREIA
09/04/2013 - 11:10
O Governo está a proibir a assunção de despesas no Estado, na sequência do chumbo do Tribunal Constitucional a quatro medidas inscritas no Orçamento do Estado para 2013.
Ministro das Finanças emitiu despacho em que proíbe todas as entidades do sector público de assumir novos compromissos, sem autorização prévia da tutela.
O despacho foi emitido segunda-feira pelo Ministério das Finanças, o que foi avançado pelo Diário Económico, e nele Vítor Gaspar veda a possibilidade de as entidades do sector público incorrerem em novos compromissos no âmbito dos fundos do OE, sem autorização prévia da tutela.
De acordo com o documento, datado de 8 de Abril e que foi publicado nesta terça-feira no site da Direcção-Geral do Orçamento (DGO), são incluídos neste congelamento de despesas “os serviços do sector público administrativo, da administração central e da Segurança Social”, bem como “as entidades que, independentemente da sua natureza e forma, tenham sido incluídas” no perímetro das contas do Estado, como é o caso das empresas públicas.
O despacho estabelece que todas estas entidades “não podem (…) assumir novos compromissos sem autorização prévia do ministro de Estado e das Finanças”, salvo em três situações excepcionais: nos custos com pessoal, no pagamento de custas judiciais e nos gastos decorrentes de contratos em execução “cujo montante a pagar não pudesse ser determinado no momento em que foi celebrado, nomeadamente por depender dos consumos a efectuar pela entidade adjudicante”, lê-se.
Além disso, fica estabelecido que a Direcção-Geral do Orçamento (DGO) “apenas pode autorizar os pedidos de libertação de créditos e as solicitações de transferência de fundos referentes às situações excepcionadas”, mas serão apenas consideradas para este efeito as despesas “que tenham sido registadas nos sistemas informáticos da DGO até à presente data”, ou seja, segunda-feira.
O ministro das Finanças refere-se directamente ao chumbo do TC no despacho que emitiu, escrevendo que o acórdão divulgado na passada sexta-feira “coloca sérias dificuldades no cumprimento dos objectivos a que Portugal está internacionalmente vinculado e das metas orçamentais” que o país tem de cumprir.
Essas dificuldades são usadas para justificar a medida agora tomada pelo Governo. Na sequência do chumbo a quatro normas do OE para 2013, Vítor Gaspar refere que “se torna necessária a adopção de medidas que reforcem o controlo da execução orçamental e consequentemente de contenção da despesa do sector público administrativo e, bem assim, de adequação do OE à nova realidade”.
O ministro explica, no documento, que a proibição de novos compromissos vigorará “até deliberação em sede de Conselho de Ministros em matéria de medidas de adequação do OE a esta nova realidade e de reforço do controlo da execução orçamental”. E acrescenta que o despacho emitido na segunda-feira “produz efeitos a partir da data da sua assinatura, caducando com a deliberação do Conselho de Ministros que aprove limites aos fundos disponíveis no âmbito de cada um dos programas orçamentais”.
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