Económico com Lusa
A
Procuradora-geral da República considerou hoje "razoável" que, em
algumas situações em que "não haja transporte adequado" para as
pessoas se deslocarem ao tribunal, sejam os magistrados a deslocarem-se,
cabendo aos tribunais assumir esses custos.
Falando na Comissão Parlamentar de
Assuntos Constitucionais sobre o novo modelo de organização do sistema
judiciário, e no âmbito da necessidade de garantir a proximidade da justiça do
cidadão, Joana Marques Vidal entendeu ser "razoável" que os tribunais
devam ter um orçamento "flexível" que permita assumir os custos da
eventual deslocação de magistrados em situações específicas, designadamente
quando há falta de transporte adequado para a população se deslocar ao
tribunal.
Aprofundando a ideia anteriormente
defendida que esta reforma irá exigir recursos, informáticos, recursos humanos
e perícias, entre outros, Joana Marques Vidal mostrou-se particularmente
preocupada com o actual défice de funcionários do MP, situação que, disse,
tem-se agravado com as aposentações e não substituição desses
efectivos.
efectivos.
"O actual quadro é deficiente
e preocupante", enfatizou a PGR, sublinhando que já comunicou o problema à
ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz. Quanto aos funcionários do MP
disponíveis nos tribunais, Joana Marques Vidal defendeu a necessidade de
investir na "formação específica" destes profissionais.
Relativamente aos recursos
informáticos que a reforma judiciária irá exigir, a PGR frisou que a
informatização dos tribunais é fundamental para a "reorganização
processual" que daí vai resultar e classificou a informatização plena do
sistema judiciário como o "maior desafio" que se coloca ao Ministério
da Justiça.
A questão das perícias foi outro
dos assuntos a merecer a preocupação da PGR, na medida em que estas são
"absolutamente essenciais" para que o Ministério Público possa
"prestar contas no âmbito da investigação criminal".
O problema da constitucionalidade
ou não do Tribunal Central de Instrução Criminal e a necessidade de haver uma
"gestão tripartida" nas novas Comarcas Judiciais foram outros temas
abordados por Joana Marques Vidal, que se comprometeu a enviar um documento ao
Parlamento com as diversas sugestões.
Diário Económico, 9-4-2013
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