sexta-feira, 26 de abril de 2013

Irmãos Tsarnaev queriam fazer atentado em Nova Iorque a seguir


Mayor Bloomberg revelou informações que lhe foram prestadas pelo FBI. Surgiu um novo nome na investigação: "Misha", um arménio convertido ao Islão de Boston. Pais falam em "conspiração"
DZHOKHAR TSARNAEV FALOU DURANTE 16 HORAS COM AS AUTORIDADES, ANTES DE SER INFORMADO QUE PODIA PERMANECER CALADO
Os autores do atentado na maratona de Boston pretendiam, a seguir, realizar um ataque no centro de Nova Iorque, em Times Square. A informação foi dada por Dzhokhar Tsarnaev, que está hospitalizado mas a ser interrogado pelo FBI, e o anúncio foi feito ontem numa conferência de imprensa pelo presidente da câmara de Nova Iorque, Michael Bloomberg.

Nessa conferência responsáveis da polícia nova-iorquina disseram que Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev, que fizeram deflagrar duas bombas artesanais em Boston, tinham na sua posse mais seis engenhos explosivos.
A investigação tem agora duas frentes, uma nos EUA — onde Dzhokhar é a fonte — e outra na república russa do Daguestão, onde está uma equipa do FBI a interrogar a família dos dois homens. Ontem, surgiu um novo nome. É “Misha”, e foi Zubeidat Tsarnaeva, mãe dos bombistas, quem falou nele aos agentes americanos, que, com permissão de Moscovo, estão no Daguestão.
“Misha”, disse a mãe de Tamerlan (26 anos, morto durante a perseguição policial) e Dzhokhar (19 anos, ferido na perseguição e hospitalizado), é um arménio convertido ao islão que, em Boston, tinha grande influência sobre o filho mais velho. “De alguma forma, ele apossou-se da mente dele”, disse aos jornalistas da Newsweek um tio dos suspeitos. Foi por causa da influência de “Misha”, continuou o tio, que Tamerlan deixou de praticar boxe e de ouvir música.
Numa conferência de Imprensa angustiada e com muita fúria dirigida aos Estados Unidos realizada na capital do Daguestão, a mãe Zubeidat Tsarnaeva e o pai Anzor Tsarnaev defenderam a inocência dos seus filhos, que dizem terem sido vítimas de uma conspiração, das autoridades americanas ou do FSB, o sucessor do KGB.
“A polícia é um assunto sujo. Não sei a quem serviu isto. Só sei que os meus filhos não fizeram isto”, afirmou Zubeidat Tsarnaeva, num inglês com forte acento, a cabeça coberta por um lenço negro. As bombas na maratona de Boston fizeram três mortos e 264 feridos, alguns dos quais ficaram sem membros.
Tamerlan, o irmão mais velho, de 26 anos, foi morto durante a perseguição policial, e Dzhokhar, o mais novo, de 19 anos, foi ferido com gravidade e está a ser interrogado pelas autoridades nortes-americanas. Tem nacionalidade norte-americana e poderá vir a ser condenado à pena capital, quando for julgado num tribunal civil. Enfrenta a acusação de uso de arma de destruição maciça (as bombas artesanais).
Dzhokhar prestou declarações durante 16 horas, antes de lhe terem sido lidos os seus direitos - nomeadamente o direito a permanecer calado. Depois disso, deixou de falar com as autoridades, relata a Associated Press.
Público 26-4-2013

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