por FERNANDA CÂNCIO
2011: Precisamos
de uma política humana, orientada para as pessoas concretas, para famílias
inteiras que enfrentam privações absolutamente inadmissíveis num país europeu
do século XXI.
2013: É indiscutível que a execução do Programa tem revelado consequências
gravosas, que se fazem sentir duramente no dia a dia dos portugueses, em
especial daqueles que não têm emprego. Mas, com idêntica imparcialidade,
devemos também reconhecer os objetivos alcançados.
2011: Sem crescimento económico, os custos sociais da consolidação
orçamental serão insuportáveis.
2013: Do mesmo modo que não se pode negar o facto de os portugueses
estarem cansados de austeridade, não se deve explorar politicamente a ansiedade
e a inquietação dos nossos concidadãos.
2011: Precisamos de um combate firme às desigualdades e à pobreza que
corroem a nossa unidade como povo. Há limites para os sacrifícios que se podem
exigir ao comum dos cidadãos.
2013: O efeito recessivo das medidas de austeridade inicialmente
estabelecidas revelou-se superior ao previsto, provavelmente por falhas nas
estimativas. A esse efeito somou-se uma conjuntura económica europeia mais
adversa do que era esperado.
2011: É imperativo melhorar a qualidade das políticas públicas. Em
particular, é fundamental que todas as decisões do Estado sejam devida e
atempadamente avaliadas, em termos da sua eficiência económica e social, do seu
impacto nas empresas e na competitividade da economia, e das suas consequências
financeiras presentes e futuras. Não podemos correr o risco de prosseguir
políticas públicas baseadas no instinto ou em mero voluntarismo.
2013: O impacto recessivo das medidas de austeridade e a revisão, para
pior, da conjuntura internacional têm afetado de forma muito significativa o
esforço de consolidação orçamental, nomeadamente a redução do défice e a
contenção do crescimento da dívida pública.
2011: Este quadro afetará negativamente o crescimento económico e a
qualidade de vida das famílias, a não ser que os responsáveis políticos,
económicos e financeiros correspondam, com firmeza e sem ambiguidades, à
obrigação que têm de libertar o País desta situação.
2013: Reafirmo a minha profunda convicção de que Portugal não está em
condições de juntar uma grave crise política à crise económica e social em que
está mergulhado. Regrediríamos para uma situação pior do que aquela em que nos
encontramos.
2011: É necessário que um sobressalto cívico faça despertar os
portugueses para a necessidade de uma sociedade civil forte, dinâmica e,
sobretudo, mais autónoma perante os poderes públicos. (...) É altura de os
Portugueses despertarem da letargia em que têm vivido e perceberem claramente
que só uma grande mobilização da sociedade civil permitirá garantir um rumo de
futuro para a legítima ambição de nos aproximarmos do nível de desenvolvimento
dos países mais avançados da União Europeia.
(2011: discurso de tomada de posse do PR, 9 de março; 2013: discurso 25
de
Diário de Notícias 26-4-2013
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