sábado, 23 de fevereiro de 2013

Financial Times noticia “protesto criativo” de facturas pedidas em nome de Passos


LUSA 22/02/2013 - 23:28

PEDRO CUNHA
O jornal britânico Financial Times noticiou o “protesto criativo” dos “activistas portugueses contra a austeridade”, que começaram a pedir facturas em nome do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, após sugestão do movimento cívico Revolução Branca.
“Os activistas portugueses contra a austeridade estão a dar o número de identificação fiscal do primeiro-ministro quando pagam bens ou serviços, em protesto contra uma nova lei anti-evasão fiscal que prevê multas de dois mil euros para quem não pedir facturas”, refere a notícia do Financial Times (FT), segundo a qual os activistas em Portugal se estão a tornar “criativos” nos protestos.
O movimento cívico Revolução Branca sugeriu na quarta-feira, nas redes sociais, uma “desobediência cívica irónica” dos contribuintes, mesmo sem intenções de a ver concretizada, através do pedido de facturas em nome do primeiro-ministro, em protesto contra a nova legislação.
Segundo noticiado pelo jornal Correio da Manhã, deram entrada no sistema e-fatura “milhares de facturas” com o número de contribuinte do primeiro-ministro, passadas em restaurantes, cabeleireiros e oficinas de automóveis – totalizando milhões de euros em despesas.
O FT destacou ainda a iniciativa que “acabou por silenciar com uma música o primeiro-ministro português no Parlamento”.
“Uma recente onda de protestos coordenados através de redes sociais por movimentos com nomes como ‘Que se lixe a troika’ e ‘Os indignados’, com a frequente intenção de serem irónicos, marca o aumento de tácticas usadas por activistas anti-austeridade, que já encenaram grandes protestos de rua”, assinala o texto daquele jornal.
À Lusa, o presidente do Movimento Revolução Branca considerou “perfeitamente natural” a adesão à sugestão de pedir facturas em nome do primeiro-ministro e assinalou que “as coisas quando são espontâneas é porque surgem do fundo do coração”.
“Como tal, só mostra o sentimento da sociedade portuguesa perante a transformação de milhões de cidadãos em fiscais”, afirmou Paulo Romeira, segundo o qual “são milhões de facturas que têm entupido os serviços fiscais”.
Para o dirigente “se as pessoas estão a aderir desta forma é porque estão revoltadas com esta situação”.
“Outras acções do movimento nascerão sempre evitando criar problemas aos cidadãos e focalizando-nos no nosso alvo que é a classe política actual que nos trouxe a esta situação”, sublinhou.
Público, 23-02-2013

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