terça-feira, 6 de novembro de 2012

TC “exercerá competências com normalidade”

Tribunal Constitucional
Sofia Rodrigues
 Novo presidente, Joaquim Sousa Ribeiro, tomou posse como conselheiro de Estado e reuniu-se com Cavaco Silva
O presidente do Tribunal Constitucional (TC), Joaquim Sousa Ribeiro, afirmou que aquele órgão de soberania “exercerá as suas competências normalmente” no momento em que for “requisitado”. Foram estas as palavras de Sousa Ribeiro, quando questionado pelos jornalistas sobre o que é que os portugueses podem esperar do TC.
O presidente do Tribunal Constitucional falava à saída de uma audiência que classificou como de “cortesia” com o Presidente da República e depois de tomar posse como conselheiro de Estado. Este cargo é ocupado por inerência. Numa curta declaração, Sousa Ribeiro quis “esclarecer” os jornalistas que foi a seu pedido que teve uma audiência com Cavaco Silva para “apresentação de cumprimentos protocolar sem agenda”. “O Tribunal Constitucional exercerá as suas competências normalmente, no momento próprio sempre que for requisitado. Em plena normalidade institucional”, declarou Joaquim Sousa Ribeiro.
O presidente do TC escusou-se assim a prestar declarações sobre um eventual pedido de fiscalização de constitucionalidade do Orçamento do Estado para 2013. Em Julho de 2012, Sousa Ribeiro votou a favor do acórdão que considerou inconstitucional o corte dos subsídios de Natal e de férias dos funcionários públicos bem como dos pensionistas, sem ter apresentado qualquer declaração de voto.
Joaquim Sousa Ribeiro, professor de Direito, foi eleito presidente do TC a 2 de Outubro passado, sucedendo no cargo a Rui Moura Ramos. Na sua intervenção, o juiz garantiu a “isenção e independência” do órgão a que preside face a “interesses político-partidários” e assegurou o equilíbrio das decisões de “controlo de constitucionalidade que provocam impacto compreensível”.
Mesmo sem nenhuma reunião do Conselho de Estado agendada, Cavaco Silva concedeu uma audiência a Sousa Ribeiro, numa semana que dá sinais de envolvimento em torno do consenso alargado para a reforma do Estado.
Cavaco Silva tem sido criticado por não fazer declarações públicas desde o 5 de Outubro, um silêncio que só quebrou com um comentário que colocou no Facebook sobre declarações de responsáveis do FMI.
Hoje, o Presidente da República recebe o líder do PS, António José Seguro. A audiência acontece um dia depois de Seguro ter rejeitado perante o primeiro-ministro colaborar no corte de quatro mil milhões de euros de despesa no Estado.
O papel integrador do Presidente da República neste processo tem sido sublinhado pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.
O primeiro-ministro chamou a atenção no debate do Orçamento do Estado, na terça-feira, para a necessidade de envolver neste processo de repensar as funções do Estado não só o PS, como os parceiros sociais.
PÚBLICO, TER 6 NOV 2012


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