quinta-feira, 5 de julho de 2012

"Brincadeiras" de Vale e Azevedo em livro

por Agência Lusa, publicado por Licínio Lima
"Apanha-me se puderes" é o título do livro da autoria do advogado Pragal Colaço, lançado quinta-feira, onde denuncia as "brincadeiras" com a Justiça do antigo presidente do Benfica
O livro "Apanha-me se puderes", da autoria do advogado Pragal Colaço, com apresentação na quinta-feira, denuncia as "brincadeiras" de Vale e Azevedo com a Justiça portuguesa e conclui que "a sua impunidade dá a ideia de intocabilidade".
Advogado de Dantas da Cunha no processo em que o ex-presidente do Benfica foi condenado a sete anos e seis meses de prisão efetiva pelos crimes de falsificação e burla qualificada na venda de imóvel no Areeiro (Lisboa), Pragal Colaço refere que "a intocabilidade leva à prática de mais crimes, cada vez de forma mais banal, menos pensada e mais grosseira, mas nem assim as vítimas se apercebem do engano".
"Pega-se numa fotocópia, retiram-se uns parágrafos, fotocopia-se a assinatura original de uma das partes, assina-se na fotocópia com assinatura verdadeira e, pronto, estamos perante contratos novos prontinhos a serem levados ao forno", escreveu.
Pragal Colaço lembra no livro que "a procuração que utilizou no célebre Caso Dantas da Cunha foi talvez a técnica mais engenhosa utilizada".
O autor recupera também negócios de jogadores do Benfica, recordando que "os desvios feitos nas transferências de Kandaurov, Gary Charles, Scott Minto, Amaral".
"A forma grotesca como são efetuadas as falsificações podem levar a pensar onde está a segurança de um sistema que se queria protetor das pessoas?", questiona-se no livro.
Acrescenta-se que a "mais prodigiosa é a utilização de garantias inválidas para garantir cauções de prisão e prejuízos de credores, mas até o BPN foi um dos visados com essas garantias".
"A partir de um certo momento, a rede tornou-se maior, que até permitiu alugar casa em Londres com empresas que utilizaram essas garantias. É a internacionalização do crime", salienta-se, lembrando também que "a Unita e um barão alemão, bisneto de um chefe da Gestapo, foram burlados em milhões de libras".
Vale e Azevedo continua a residir em Londres, onde aguarda em liberdade a decisão de extradição para Portugal, para que o ex-presidente do Benfica cumpra pena de prisão efetiva no caso Dantas da Cunha.
Vale e Azevedo também foi condenado em 2007 a cinco anos de prisão efetiva no caso Ribafria e a uma pena única de seis anos de prisão efetiva nos casos Ovchinnikov e Euroárea, este relacionado com a venda simulada dos terrenos sul do Benfica, na Luz, por cinco milhões de euros.
Diário de Notícias de 05-07-2012

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