O 1.º de Maio, que se
comemora em todo o Mundo, evoca a luta dos trabalhadores de Chicago e a
repressão policial que, nesse dia e seguintes de 1886, provocou dezenas de
mortes entre os operários que reclamavam não mais de 8 horas de trabalho por dia.
O
patronato não gosta do 1.ºo de Maio, como não gosta de jornadas de trabalho de
"apenas" 8 horas. E, como os tempos vão de feição, este ano, à
semelhança de 2011, as grandes superfícies, propriedade de alguns dos
"Donos de Portugal", romperam o compromisso de fechar nesse dia. Por
isso os sindicatos convocaram uma greve dos trabalhadores dessas lojas, em
geral precários e miseravelmente pagos.
O
Pingo Doce não esteve com meias medidas: para evitar que os seus empregados
aderissem à greve, anunciou para ontem (só ontem) uma "promoção" de
50% em compras de mais de 100 euros, usando o desprezível processo de atirar
consumidores contra trabalhadores e humilhando estes com um dia de trabalho se
possível ainda mais penoso, no meio do caos generalizado, filas, discussões,
agressões e incidentes de toda a ordem.
Lá
longe, na Holanda, Alexandre Soares dos Santos deve estar a rir-se. Ele sabe
bem que, como diz um anúncio do seu Pingo Doce, nas "'promoções', baixa-se
o preço de um lado e aumenta-se do outro e (...), quando se fazem as contas,
gastou-se mais do que se poupou".
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