segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Surpresas e estranhezas


1. Surpreendentemente, o relatório do FMI não tem uma linha sobre a reforma da Justiça. Afinal, talvez não esteja na Justiça a causa de quaisquer dos problemas fundamentais do Estado e da sua economia.
2. É bom encontrar no requerimento de fiscalização da constitucionalidade da Lei do Orçamento do Estado de 2013 apresentado pelo Presidente da República expressa menção de que a suspensão do pagamento de qualquer subsídio é um verdadeiro imposto e afasta-se do critério constitucional da capacidade contributiva, tratando de forma diferente, sem qualquer justificação (sendo falaciosos os argumentos utilizados na defesa dessa ideia), pessoas com iguais rendimentos. É o que o SMMP vem dizendo desde há três anos. Estranhamente, porém, não é feita qualquer referência à redução de salários, que se manterá pelo terceiro ano e que, como para os magistrados, pode atingir 10%. É que tem exactamente a mesma natureza!
3. Ainda mais estranho (ou não!) é ver o mesmo argumento no requerimento do Partido Socialista, pois foi ele que, no Orçamento de 2011, primeiro seguiu tal caminho.
Crónica de Rui Cardoso
 Correio da Manhã de 14 de Janeiro de 2013

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