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Por:
Rui Cardoso, Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público
Com crescente despudor, consolidou-se em Portugal uma prática de muitas das
leis mais importantes serem preparadas, senão completamente feitas, em alguns
grandes escritórios de advogados. Estes, naturalmente, procuram proteger os
interesses dos seus clientes, ainda que incompatíveis ou contrários aos
interesses da comunidade.
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Acresce
que, não raras vezes, também por detrás das vestes académicas se esconde a toga
do advogado. Quando assim não sucede e o legislador verdadeiramente ouve os
magistrados, logo surgem as habituais vozes vindas desses centros de interesses
a clamar pela separação de poderes e a invocar o papão do corporativismo. Os
magistrados não têm clientes e não ganham mais ou menos consoante a sorte dos
seus processos.
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Quando
apresentam propostas, fazem-no com rigor e objectividade, convictos de que elas
são verdadeiras soluções que servem o bem comum, não alçapões a explorar mais
tarde em benefício de interesses privados. É essa a posição do SMMP. Tem a
força e a legitimidade daqueles que, não obstante todas as adversidades, sempre
lutaram por um Ministério Público democrático e por melhorar o sistema de
Justiça, ao serviço de todas as pessoas e do país.
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Correio
da Manhã de 2012-07-02
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