terça-feira, 5 de junho de 2012

Acusações abrem clima de guerra

Justiça: Euclides Dâmaso, do DIAP de Coimbra, é outro dos alvos
O procurador-geral da República não comenta comentários, falsidades ou ânsias de protagonismo", garantiu ontem a assessora da Procuradoria-Geral da República, em resposta às acusações do ex-procurador-geral distrital do Porto: Pinto Nogueira afirmou ao jornal ‘Público’ que Pinto Monteiro "atrapalhou" investigações, como no caso Freeport.
CORREIO da manhã - Por: Tânia Laranjo
"O PGR tomará oportunamente as medidas que entender necessárias", disse ainda o gabinete de Pinto Monteiro, respondendo à pergunta se as declarações do magistrado serão alvo de discussão no Conselho Superior do Ministério Público.
A guerra está aberta e promete estar ainda longe do fim. Nos últimos dias, o procurador-geral adjunto do Porto, Pinto Nogueira, cuja comissão de serviço na Procuradoria Distrital não foi reconfirmada, deu três entrevistas – ao ‘Público’, ao semanário ‘Sol’ e ao ‘Jornal de Negócios’ – em que fez acusações graves a outros elementos da magistratura. Ontem, disse mesmo que Pinto Monteiro atrapalhou investigações. Deu o exemplo do Freeport, que envolvia o então primeiro-ministro José Sócrates, e garantiu que os processos não eram transparentes.
Dias antes, ao semanário ‘Sol’, Pinto Nogueira dizia que tinha sido afastado da Distrital do Porto por decisões políticas e pressões do sindicato. As suas declarações mais mordazes eram no entanto dirigidas a Euclides Dâmaso, procurador distrital de Coimbra. Garantia ser aquele um dos candidatos a PGR, mas depois afirmava que mal o conhecia, por não lhe reconhecer percurso jurídico.
Pinto Nogueira, que ontem não atendeu as chamadas do CM, assegurava ainda que tinha sido afastado "por uma conspiração do silêncio". Ao ‘Jornal de Negócios’, explicava que tinha sido "liquidado" por uma "maioria silenciosa".
As suas declarações e a eventual violação do dever de reserva devem agora ser discutidas no Conselho Superior.
SINDICATO FALA EM "OBSESSÕES" SUCESSIVAS
O Sindicato dos Magistrados do MP reagiu ontem às acusações de Pinto Nogueira com ironia. "Nos últimos dias e nas entrevistas, revela grande empenho em mostrar publicamente as suas obsessões: a obsessão com o auto-elogio; a obsessão em se apresentar como um mártir; a obsessão em branquear a sua actuação como procurador-geral distrital do Porto e membro do Conselho Superior do Ministério Público, a obsessão com o sindicato", pode ler-se em comunicado.

Sem comentários: