Passos
Coelho confirmou que a proposta que entregou ao Presidente da República
apresenta Paulo Portas como vice-primeiro-ministro, que ficará com a
responsabilidade económica, ficando ainda com a missão de negociar com a
troika, bem como com a reforma do Estado. Maria Luís Albuquerque será a
ministra das Finanças. O Presidente da República terá de dar o seu aval, o que
só deverá acontecer depois de ouvir todos os partidos políticos.
A
informação foi dada pelo próprio primeiro-ministro, Passos Coelho, durante uma
declaração sem direito a perguntas. Inicialmente foi noticiado que a declaração
seria conjunta, mas Paulo Portas acabou por não falar, remetendo-se assim ao
silêncio.
“A
nossa obrigação enquanto líderes dos partidos que dão suporte ao Governo é
assegurar a estabilidade política. Chegámos a um acordo sólido e
abrangente para superar esta situação”, o que “foi comunicado ao Presidente da
República” na sexta-feira.
“O
acordo reúne as condições políticas nacessárias para garantir estabilidade até
ao final da legislatura”, que deverá agora apostar na “valorização da política
económica” e de criação de emprego. “E tem consequências na composição do
Governo” cuja aprovação está nas mãos do Presidente da República. “Trata-se de
uma prorrogativa do Presidente da República” nomear os membros do Governo, mas
“neste momento cabe-se apenas confirmar que propus o presidente do PP, Paulo
Portas, para vice-primeiro-ministro, com responsabilidade económica” com as
negocioações com a troika e posterior reforma do Estado.
Passos
Coelho confirmou ainda que Maria Luís Albuquerque manter-se-á ministra das
Finanças e haverá ainda “outras alterções com significado”, que o
primeiro-ministro não revelou na conferência.
Os
dois partidos “trabalharam arduamente para ultrapassar a situação actual de
modo consistente e duradouro. Era isso que era exigível, num momento em que a
crise da área do euro” ainda impera.
“Os
portugueses não iriam compreender se não tivessemos feito todos os esforços” ao
nosso alcance para resolver esta crise.
“Uma
coligação é um compromisso permanente” e “hoje queremos reforçar” esse
compromisso.
“Queremos
iniciar um novo ciclo da vida nacional, que, desejamos que coincida com a
viragem económica”, salientou.
Passos
Coelho sublinhou que os dois partidos conseguiram chegar a um acordo que
permitirá uma “solução governativa estável”.
O
primeiro-ministro salientou que nos últimos anos foram tomadas medidas que
implicaram “muitos sacrifícios aos portugueses”, contudo a política seguida
“tem sido o alicerce da recuperação da confiança externa” do país. “Queremos
fechar o programa de assistência no prazo” definido, que é em 2014, “sem hesitações.”
Passos
Coelho recordou que não foi este Executivo que colocou o país na situação
financeira frágil, mas “reforçamos o firme propósito” de implementar as medidas
para recuperar o país.
O
primeiro-ministro diz querer dar uma “recompensa aos sacrifícios” dos
portugueses, rejeitando desperdiçar “os esforços” que já foram feitos,
rejeitando ir por um caminho que obrigasse a “sacrifÍcios maiores.”
“Queremos
reforçar os sinais positivos que a economia começa a demonstrar e queremos
acelerar a retoma do crescimento”, acrescentou.
O
acordo alcançado entre os dois partidos que compõem o Governo “garantirá a
estabilidade política até ao final da legislatura” e foi isso que foi
assegurado ao Presidente da República, garantiu Passos Coelho.
Paulo
Portas apresentou a sua demissão na última terça-feira, tendo aberto uma crise
política. Passos Coelho aceitou a sua demissão e afirmou que ia iniciar
conversações com o líder do CDS. Na quinta-feira, Passos Coelho esteve reunido
com o Presidente da República, tendo na altura feito uma declaração aos
jornalistas, revelando que se comprometeu a encontrar uma solução que
garantisse a estabilidade governativa juntamente com Paulo Portas.
Vário
orgãos de comunicação avançaram ainda na quinta-feira que Cavaco Silva tinha
exigido a permanência do lídero do CDS no Governo, de forma a garantir uma
solução de Governo “sólida”. A Presidência da República esclareceu ainda na
sexta-feira que não foram exigidos quaisquer nomes.
Na
sexta-feira ao final do dia, Passos Coelho voltou a reunir-se com Cavaco Silva,
tendo saído sem declarações.
Este
sábado, os responsáveis do PSD e CDS reuniram-se tendo no final Passos Coelho
feito a declaração ao país. Ao lado estava Paulo Portas, que não prestou
qualquer declaração
(Notícia
actualizada às 20h20 com mais declarações)
Jornal
de Negócios, 7 de Julho de 2013
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