O
chefe da diplomacia do Brasil, Antonio Patriota, anunciou este domingo que
pediu explicações a Washington pela espionagem de comunicações de empresas e
cidadãos brasileiros por parte da Agência Nacional de Segurança
norte-americana.
A
Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) monitorizou as
atividades telefónicas e os emails de empresas brasileiras e particulares na
última década, como parte das suas atividades de espionagem, segundo noticiou
este domingo o jornal "O Globo", citando documentos fornecidos pelo
fugitivo Edward Snowden, ex-funcionário de inteligência da NSA que denunciou um
gigantesco esquema de espionagem.
A
resposta do ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil não se fez esperar.
Antonio Patriota afirmou que o Governo brasileiro recebeu a notícia com
"grave preocupação" e adiantou que já pediu esclarecimentos a
embaixada do Brasil em Washington e ao embaixador norte-americano no Brasil,
Thomas Shannon.
O
chefe da diplomacia disse ainda que o Brasil lançará uma iniciativa internacional
com o objetivo de "proibir abusos e impedir a invasão de privacidade"
dos utilizadores da Internet.
"O
Governo brasileiro promoverá no âmbito da União Internacional de
Telecomunicações [UIT] o aperfeiçoamento das regras. O Brasil deverá propor às
Nações Unidas a iniciativa de proibir abusos e invasão das informações dos
usuários da rede de comunicações para garantir segurança cibernética que
proteja os direitos dos cidadãos e preserve a soberania dos países",
declarou o governante, citado pela imprensa brasileira.
A
reportagem de "O Globo" refere que o Brasil terá sido o segundo país
mais espionado no continente norte-americano, tendo apenas ficado atrás dos
próprios EUA.
Segundo
o mesmo jornal, os documentos secretos revelam ainda que Brasil foi mesmo o
país mais monitorizado da América Latina, aparecendo em destaque como alvo
prioritário ao lado de outros países como China, Rússia, Irão e Paquistão.
Parte
do acesso às comunicações brasileiras foi obtido através de empresas
norte-americanas parceiras de companhias brasileiras de telecomunicações,
precisou O Globo, sem revelar os nomes das empresas.
A
reportagem de O Globo foi escrita, entre outros, pelo jornalista do diário
britânico "The Guardian" Glenn Greenwald, que mora no Rio de Janeiro
e foi o primeiro a revelar os documentos sigilosos fornecidos pelo
ex-funcionário de inteligência Snowden.
Após
fornecer as informações para Greenwald, Snowden fugiu dos Estados Unidos para
Hong Kong e foi visto mais recentemente na área de trânsito do aeroporto de Moscovo.
Jornal
de Noticias, 7 de Julho de 2013
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