segunda-feira, 12 de março de 2012

Violência para ter rendimento social


Armas, insultos, viaturas e instalações vandalizadas e ameaças à integridade física, tudo vale para ameaçar os técnicos da Segurança Social e tentar manter o Rendimento Social de Inserção (RSI). As equipas que analisam e contactam com as famílias que pedem o subsídio, e de outros serviços de acção social, trabalham sem rede, nos bairros de pior reputação.
Para breve, segundo fonte do Governo, as ameaças a técnicos da Segurança Social vão levar à suspensão da atribuição dos subsídios.
Em Setúbal, por exemplo, nas associações que prestam o serviço de apoio ao RSI o medo é permanente. "Já tivemos técnicos, a quem lhes foi pedido para esperar, e acabaram com uma pistola na mesa", conta um técnico.
Muitos dos casos são de beneficiários de RSI que, com a mudança das regras de atribuição do subsídio, acabam por perder o dinheiro. "É uma violência que resulta do desespero. É a sobrevivência de famílias que perdem a única fonte de rendimento", comenta Nuno Oliveira, assistente social da Associação de Professores e Amigos das Crianças do Casal das Figueiras (APACCF), Setúbal. Num trabalho anterior, no bairro das Marianas (Carcavelos, Cascais), Nuno recorda um jovem com uma arma: "Estava desesperado e pediu-me para desaparecer com a arma, pois tinha medo de fazer asneira".
André Pereira
Correio da Manhã  de 12-03-2012

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