quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Estado subsidia traficantes ricos


Pai, mãe e filho, feirantes julgados por tráfico de droga, vivem em moradia e têm dois Mercedes. Juntos recebem 740 euros de rendimento mínimo.
Três veículos de luxo, entre eles dois Mercedes - um SLK e uma carrinha Sprinter -, formavam o parque automóvel da família de feirantes, à porta da moradia no Vale da Amoreira, Moita. Eram a face mais visível do luxo em que viviam pai, mãe e filho, 40, 39 e 21 anos, todos com direito a rendimento mínimo, 740 €/mês, que o Estado lhes continua a atribuir,  apesar de estarem a ser julgados por tráfico de droga. 
Os três conhecem hoje a sentença, no Tribunal de Setúbal, por, segundo o Ministério Público, irem semanalmente a Espanha comprar haxixe de Marrocos para revenda na Margem Sul - o que lhes permitia ter automóveis e outros bens de luxo. 
 Célia Isabel Santos não teve problemas em assumir ao colectivo de juizes que a sua família, supostamente carenciada, ainda hoje recebe os 740 euros mensais do Estado. Isto depois de, a 4 de Abril, casal e filho terem sido apanhados pela GNR de Setúbal, nas portagens de Coina da A2, com seis quilos de haxixe que tinham ido comprar a Espanha. Já eram investigados e, nesse dia, foram seguidos desde o Algarve.  
Sentença lida hoje para cinco arguidos  
Sete arguidos foram acusados pelo Ministério Público de Setúbal neste processo, por crimes como tráfico de droga agravado ou posse de arma ilegal. No entanto, apenas cinco têm comparecido a todas as sessões de julgamento. Arlindo Balão Fonseca, conhecido como 'Zé Cigano', foi já declarado contumaz (recusou-se a ser julgado) e deverá vir a ser julgado à revelia. Maria Inês Andradas, por seu turno, só compareceu à primeira sessão. O acórdão dos restantes é conhecido pelas 13h30 de hoje, no Tribunal de Setúbal.
Miguel Curado
Correio da Manhã de 09-02-2012

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