quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Auditoria interna entregue à Justiça


Secretas: Alegada espionagem aos registos telefónicos de jornalista


 A Optimus entregou ao Ministério Público as conclusões preliminares da auditoria interna que fez na sequência do ‘caso Silva Carvalho’.
O anúncio foi feito pelo presidente da comissão executiva da operadora, Miguel Almeida, ontem no Parlamento. Em causa está a lista de chamadas telefónicas do jornalista Nuno Simas, que estaria na posse dos serviços de informação. O responsável não deu pistas sobre os resultados, por estar em segredo de Justiça, mas garantiu que todas as operações efectuadas, desde saídas a entradas, até consultas, são registadas.
Assim, se existir uma ‘toupeira’ na Optimus, o caso já está entregue ao Ministério Público, depois da polémica que envolveu os serviços de informação. “Uma das possibilidades é que, de alguma forma, o nosso sistema de segurança de informação tenha sido violado e a informação possa ter tido origem na Optimus. Precisamente por isso, instaurámos um processo de auditoria interna independente, que já chegou a conclusões preliminares”, afirmou.
Durante duas horas, Miguel Almeida repetiu, vezes sem conta, que qualquer intercepção de registos telefónicos só é possível com ordem de um juiz. Mais: só cinco pessoas, “numa sala fechada”, cumprem esse mandato, e tecnicamente só a Polícia Judiciária consegue conhecer o seu conteúdo, ou seja, sob a forma de escutas.
Por tudo isto, Miguel Almeida insistiu: “A Optimus é uma vítima. A atestar pela veracidade da notícia, alguém violou a lei e não foi a Optimus.” No final da audição, assegurou ainda: “Quem tenha violado a informação confidencial de um cliente nosso vai sofrer as consequências. É para isso que estamos a trabalhar”. A Optimus já fez uma queixa-crime contra desconhecidos. Hoje é ouvida a TMN, a outra operadora utilizada pelo jornalista, num processo polémico sobre ficheiros de registos de chamadas.
TERESA MORAIS AINDA NÃO TEM SUCESSOR
O conselho de fiscalização dos Serviços de Informação da República, presidido por Marques Júnior, tem um elemento em falta desde a tomada de posse do Governo. A actual secretária de Estado, Teresa Morais, pediu a exoneração, mas, ao que apurou o CM, ainda não há nome escolhido para lhe suceder. Até ao dia 28, serão eleitos vários elementos de entidades externas que dependem da Assembleia da República. O conselho de é um deles. Compete ao PSD fechar o dossiê.
Cristina Rita
Correio da Manhã, 21 de Setembro de 2011

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