A
desvalorização da moeda única pode ser uma boa maneira de acelerar o processo
de saída da Europa da crise em que se encontra mergulhada há três anos. Essa é,
pelo menos, a opinião do Vaticano, para quem não faz grande sentido uma moeda
muito forte em economias a definhar.
"No
início do euro eu era embaixador da Santa Sé em Bruxelas e recordo-me que a
moeda única nasceu a valer 80 cêntimos de dólar; hoje vale 1,3 dólares e isso é
problemático para os povos da Europa", disse ontem em Braga D. Manuel
Monteiro de Castro.
O
cardeal português diz que "o euro não pode valer mais do que o dólar,
porque isso dificulta as exportações e, logo, prejudica a economia
europeia".
Esta
tese de desvalorização da moeda única, como forma de acelerar a saída da Europa
da crise tem sido defendida por vários especialistas e até por alguns estados,
embora em surdina, por razões estratégicas.
O
CM sabe que o Vaticano, através das suas vias diplomáticas, tem feito chegar
essa mensagem aos principais governantes da Europa, apelando à união da Zona
Euro.
"A
Europa deu uma lição ao mundo quando se uniu, há mais de 60 anos. Está na
altura de o voltar a fazer", advogou D. Monteiro de Castro.
Correio
da Manhã, 24.12.2012
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