06:35 - 19 de Novembro de 2012 | Por Lusa
O julgamento, em que são arguidos três administradores da empresa
multinacional Man Ferrostal e sete empresários portugueses, sofreu vários
adiamentos desde o início de 2012, motivado por alterações no colectivo de
juízes. Recentemente Judite Fonseca foi designada para presidir ao julgamento.
O processo - atingido pela morosidade depois de, em Janeiro de 2011, o juiz
de instrução Carlos Alexandre ter ordenado o julgamento de 10 arguidos - tem 40
volumes e mais de 100 apensos.
Horst Weretecki, que foi vice-presidente da multinacional Man Ferrostaal,
Antje Malinowski, sua subalterna, e Winfried Hotten, anterior responsável da
empresa, são os arguidos alemães.
José Pedro Sá Ramalho, Filipe Mesquita Soares Moutinho, António Parreira
Holterman Roquete, Rui Moura Santos, Fernando Jorge da Costa Gonçalves, António
Lavrador Alves Jacinto e José Mendes Medeiros são os sete empresários
portugueses ligados à ACECIA, um grupo de empresas de componentes para a
indústria automóvel.
Na fase de instrução, o juiz Carlos Alexandre validou a acusação do
Ministério Público (MP), apesar de a defesa dos arguidos ter pedido a sua
anulação, alegando, entre outros motivos, a falta de isenção da peritagem feita
pela empresa INTELI.
Em causa esteve o relacionamento amoroso entre o presidente da INTELI, Rui
Felizardo, e Carla dias, magistrada do Ministério Público que assessorou a
investigação no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).
Segundo o MP, todos os arguidos "actuaram previamente acordados, em
comunhão de esforços, deliberada, livre e conscientemente, bem sabendo que as
suas condutas eram punidas por lei".
O Estado português contratualizou com o consórcio alemão GSC (de que faz
parte a Man Ferrostaal) a compra de dois submarinos em 2004, quando Durão
Barroso era primeiro-ministro e Paulo Portas era ministro da Defesa Nacional.
O DCIAP continua a investigar o processo principal relacionado com a compra
dos dois submarinos, naquela que tem sido uma das investigações mais lentas da
justiça portuguesa, tendo recentemente dito que iriam ser feitas novas
diligências para as quais pediram a colaboração do antigo ministro da Defesa,
Paulo Portas, e do actual, Aguiar Branco.
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