A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, que não tem o defeito generalizado neste Governo de falar sem pensar, termina uma entrevista ao diário Público com esta frase, em resposta a uma pergunta sobre o que pensava do procurador-geral da República, Pinto Monteiro: “Sobre isso direi apenas que tenho uma ideia clara, mas também direi duas coisas. Enquanto o procurador-geral estiver em funções, as relações institucionais são institucionais. E mais, esta é uma matéria que envolve dois órgãos de soberania: Governo e Presidente da República. Portanto, eu jamais falaria na praça pública sobre essa questão.”
Se há conclusão a retirar deste arrazoado esquivo é este: a ministra não gosta do procurador-geral e só o suporta porque tem a obrigação institucional de o aturar. Falou, portanto, demais.
Já sabíamos que Paula Teixeira da Cruz também não suporta o bastonário dos advogados, Marinho e Pinto, mas, é seguro, enquanto este for bastonário ela terá a obrigação institucional de o suportar.
Alvitro a hipótese, da minha inteira responsabilidade, de a ministra também não suportar o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha de Nascimento, quanto mais não seja por ele ter mandado destruir as escutas do “Face Oculta” que envolviam José Sócrates, mas, certamente, enquanto ele estiver nesse cargo ela terá a gentileza de se comportar como alguém que pensa que “as relações institucionais são institucionais”.
Disse, no princípio deste texto, que achava ser Paula Teixeira da Cruz uma pessoa que reflecte antes de dizer seja o que for. Isto leva-me a pensar que a frase sobre Pinto Monteiro é dita intencionalmente para dela tirar um efeito político. Não vislumbro qual, mas sei uma coisa: desde o processo Casa Pia que me farto de ver responsáveis pela Justiça em Portugal trocarem insultos através da comunicação social portuguesa, mais vistosos ou mais discretos, numa guerra permanente, motivada por uma combate explosivo entre interesses corporativos, interesses partidários, interesses pessoais misturados com muita incompetência. Tudo isto só destrói e nada cria.
Olhando para este exemplo de Paula Teixeira da Cruz, perco a esperança de ela trazer-nos alguma serenidade. Mesmo com linguagem “institucional”, dali sai muito veneno para este ambiente.
No estado em que estamos, na luta subterrânea no mundo da Justiça, quem não optar, simplesmente, pelo silêncio, por um absoluto (parafraseando a ministra) silêncio “institucional”, faz parte do problema, não da solução.
Se há conclusão a retirar deste arrazoado esquivo é este: a ministra não gosta do procurador-geral e só o suporta porque tem a obrigação institucional de o aturar. Falou, portanto, demais.
Já sabíamos que Paula Teixeira da Cruz também não suporta o bastonário dos advogados, Marinho e Pinto, mas, é seguro, enquanto este for bastonário ela terá a obrigação institucional de o suportar.
Alvitro a hipótese, da minha inteira responsabilidade, de a ministra também não suportar o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha de Nascimento, quanto mais não seja por ele ter mandado destruir as escutas do “Face Oculta” que envolviam José Sócrates, mas, certamente, enquanto ele estiver nesse cargo ela terá a gentileza de se comportar como alguém que pensa que “as relações institucionais são institucionais”.
Disse, no princípio deste texto, que achava ser Paula Teixeira da Cruz uma pessoa que reflecte antes de dizer seja o que for. Isto leva-me a pensar que a frase sobre Pinto Monteiro é dita intencionalmente para dela tirar um efeito político. Não vislumbro qual, mas sei uma coisa: desde o processo Casa Pia que me farto de ver responsáveis pela Justiça em Portugal trocarem insultos através da comunicação social portuguesa, mais vistosos ou mais discretos, numa guerra permanente, motivada por uma combate explosivo entre interesses corporativos, interesses partidários, interesses pessoais misturados com muita incompetência. Tudo isto só destrói e nada cria.
Olhando para este exemplo de Paula Teixeira da Cruz, perco a esperança de ela trazer-nos alguma serenidade. Mesmo com linguagem “institucional”, dali sai muito veneno para este ambiente.
No estado em que estamos, na luta subterrânea no mundo da Justiça, quem não optar, simplesmente, pelo silêncio, por um absoluto (parafraseando a ministra) silêncio “institucional”, faz parte do problema, não da solução.
Opinião de PEDRO TADEU
Diário de Notícias 2011-12-18-20
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