domingo, 23 de julho de 2023

<>O BES em maré de azar

Ricardo Cabral 

23 de Julho de 2014, 00:12

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No próprio dia em que o BES anuncia que a nova direcção do banco será assessorada pelo Deutsche Bank (DB), que a aconselhará sobre a reestruturação do balanço do BES, o Wall Street Journal publica um artigo[1] que informa que o Banco da Reserva Federal de Nova York notificou o Deutsche Bank por escrito, após inspecção, de sérios problemas, referindo que os relatórios financeiros das sucursais americanas do DB são “de fraca qualidade, imprecisos e não são de confiança”. De acordo com o Wall Street Journal:

“Deutsche Bank’s giant U.S. operations suffer from a litany of serious problems, including shoddy financial reporting, inadequate auditing and oversight and weak technology systems”

O Deutsche Bank é o banco com maior exposição a derivados no mundo (≈$75 biliões) e tem rácios de capital baixos. Em 2013 e 2014 viu-se forçado a aumentar o capital, tal como fez recentemente o BES (Fonte: Zero Hedge).

Claro que a qualidade da assessoria que o BES vai receber tem pouco a ver com esses factos e com certeza que os consultores do Deutsche Bank serão muito experientes e conhecedores. Mas será que o BES não conseguiria arranjar outros assessores com balanços mais conservadores para o aconselhar sobre o que fazer com o seu  balanço?

 

[1] Disponível também aqui.

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