Foi ontem avistado na linha verde do Metro de Lisboa um indivíduo com um comportamento suspeito, que levou vários passageiros a alertarem a autoridade. O dito cujo, um homem grisalho de sua graça Sebastião Neves, como foi apurado, estava de pé, com a mão esquerda na pega e, pior, não fazia nada. Os autos confirmam que não estava conectado e que tinha um ar melancólico. Esta atitude, de intento duvidoso, chocou os outros viajantes que, cumpridores cidadãos, obedecem ao decreto 327/15.
Assim, respeitadores, os passageiros ocupavam-se da sua vida em rede. O jogo mais jogado nos iphones era o Star Wars: Assault Team, embora em versão antiga (a autoridade registou o reparo na caderneta de cinco utentes). O 2048 era jogado no fundo da carruagem, mas os geeks da frente estavam no facebook com o Candy Crush Saga. Outros telefonavam, falando muito alto como manda a boa educação, e os restantes mandavam aplicadamente SMS, olhos vidrados no ecrã. Dois namorados, num banco, tweetavam um para o outro, entre risinhos.
O comandante Barbosa, da polícia de segurança, confirmou o evento à nossa reportagem e acrescentou: “sabe-se lá no que o homem estava a pensar, é assim que começam todos os crimes e a lei serve para nos defender”.
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