23 de Julho de 2014, 11:30
Por Francisco Louçã
No verão de 2007 descobriu-se que os bancos com que vivemos estavam cheios de lixo. Tóxico, disseram os analistas. No ano seguinte começou a terapia para os salvar, injetando dinheiro. Foram 592 mil milhões de euros nos bancos europeus, entre 2008 e 2012. E depois acalmou, mas o dinheiro ficou lá. Os Estados, endividados, subiram impostos para pagar a conta (ou cortaram salários e pensões). Ou fizeram as duas coisas. Em Portugal, isso foi um contributo para o aumento da dívida pública, que chegou agora a 132,9%, segundo os dados do Eurostat da semana passada.
No nosso caso, para a banca foram modestos 5 mil milhões, mais garantias quatro vezes superiores. Só que não se contava com o Grupo Espírito Santo, que entretanto destapou dívidas que podem chegar a 7 mil milhões, segundo os analistas. O carrossel da dívida voltou a girar e começaram as falências.
Ricardo Salgado, o rosto da montanha de dívida, terá recebido uma prenda de 14 milhões por um negócio angolano e terá uma pensão de 900 mil euros anuais. Adivinhe quem são os burros de carga.
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