ATVI24 deu o seguinte título às declarações do Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, perante a Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública da Assembleia da República, realizadas a 18 de julho de 2014:
“Banco de Portugal não viu o que nenhum regulador teria visto”
Estas famosas últimas palavras de Carlos Costa, espero, lembram-me outra citação de John Maynard Keynes:
“A sound banker, alas, is not one who foresees danger and avoids it, but one who, when he is ruined, is ruined in a conventional way along with his fellows, so that no one can really blame him.”
Parafraseando Keynes: um banqueiro central competente não é alguém que antecipa o perigo e o evita, mas alguém que, quando não detecta problemas graves num banco por si supervisionado, fá-lo de forma muito convencional, juntamente com a Autoridade Bancária Europeia[1] e a troika (FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), de modo a que ninguém, mesmo ninguém, possa culpar esse banqueiro central por não ter detectado esses problemas.
[1] Entidade Europeia responsável pelos testes ditos de “stress” à banca europeia, que sucede ao Comité dos Supervisores Bancários Europeus. Tem no seu registo o feito de ter considerado como sólidos os bancos irlandeses (em 2010) e o banco Dexia (em 2011), poucos meses antes de serem necessários resgates públicos em ambos os casos, com grandes custos para os erários públicos Irlandês, Belga e Francês (Fonte: The Guardian).
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