sábado, 3 de agosto de 2013

FMI recomenda a Espanha cortar 10% nos salários para recuperar emprego


Enquanto na Europa os líderes europeus discursam sobre a implementação de medidas de criação do emprego pouco concretas e de dimensão aparentemente reduzida, o FMI decidiu dar a sua receita para Espanha, um dos campeões do desemprego na zona euro: cortar de forma rápida e generalizada os salários.
A sugestão (feita a um país que não está sujeito a um programa da troika igual ao de Portugal, Grécia e Irlanda) surgiu na análise anual à economia espanhola feita pelo Fundo. A entidade liderada por Christine Lagarde apela a que seja feito um grande pacto entre sindicatos e empresários, em que os primeiros aceitem que os trabalhadores reduzam os seus salários em 10% e os últimos se comprometam a aproveitar a poupança obtida para baixar preços e criar emprego.
Para além do corte dos salários, o FMI sugere ainda que o Estado colabore com uma redução das contribuições para a segurança social de 1,7 pontos percentuais, que apenas seria compensada em termos orçamentais dois anos mais tarde, com a passagem de alguns bens da taxa de IVA reduzida para a normal. Esta última medida é uma nova tentativa de reabilitar em Espanha, uma medida do tipo da do corte da TSU tentada, sem sucesso político, em Portugal.
“Uma resposta do emprego e a redução da inflação serão fundamentais para que o poder de compra das famílias no seu conjunto não sofram”, afirma o FMI, que diz que os valores dos cortes sugeridos são apresentados apenas a título “ilustrativo”. Nesse cenário, acreditam os técnicos do Fundo, conseguir-se-ia um acréscimo de cinco pontos na variação do PIB e de sete pontos no crescimento do emprego, no prazo de cinco anos.
O FMI avisa ainda que “este acordo deve complementar, não substituir, as reformas estruturais” planeadas para a economia espanhola.
Público on line, 2 de Agosto de 2013

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