Público - 18/04/2013 -
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O Presidente terminou ontem a visita à Colômbia. Segue-se o Peru LUÍS FILIPE CATARINO/PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Foi na Corte Suprema de Justiça da
Colômbia que o Presidente da República fez uma alusão ao chumbo do Tribunal
Constitucional
Parecia que o Presidente da
República não estava a 7500 quilómetros de distância e que o recado se
destinava aos protagonistas da política interna portuguesa, depois do chumbo do
Tribunal Constitucional. Cavaco defendeu ontem que a Justiça "não pode
alhear-se da realidade à sua volta" nem da "sua dimensão
social", tão-só porque "é ao serviço do povo que os tribunais devem
estar colocados".
O
Presidente falava assim perante os juízes da Corte Suprema de Justiça da
Colômbia, dizendo também que compete à Justiça "evitar que os "tempos
de crise" se convertam em "tempos de cólera"" - uma ligação
ao livro do escritor Gabriel García Márquez que Maria Cavaco Silva foi a ler na
viagem de avião entre Lisboa e Bogotá. "A Justiça enfrenta no nosso tempo
desafios muito particulares. Não pode, contudo, alhear-se da realidade à sua
volta, das necessidades concretas dos cidadãos, da celeridade exigida pelos
agentes económicos", defendeu o Presidente, que ontem terminou a sua
visita de Estado à Colômbia e segue hoje para o Peru.
Além de
pilar da paz - que tem sido difícil de conquistar na Colômbia e que o
Presidente português já recordou aludindo a alguns atentados registados em
locais que visitou -, o poder judicial é também um pilar fundamental do Estado
de direito contemporâneo, lembrou. Porém, é também preciso não esquecer que
"a separação de poderes e, muito em particular, a independência e
imparcialidade dos tribunais são essenciais à protecção dos direitos,
liberdades e garantias dos cidadãos, bem como à confiança dos agentes
económicos".
No
encerramento do seminário económico, o Presidente elogiou os investimentos
portugueses anunciados - a Prebuild assinou uma parceria e tem uma carteira de
obras de 500 milhões de dólares para os próximos dois anos, que a tornará na
quinta maior construtora da Colômbia; a Vista Alegre assinou um acordo
estratégico com a Corona; e a logística ETE com a Gerleinco. Cavaco também
realçou que a Colômbia tem indicadores económicos ao nível dos que Portugal
teve recentemente, o que faz com que as empresas portuguesas "tenham uma
forte capacidade de perceber e antecipar alguns tipos de desenvolvimentos
expectáveis" naquele país da América do Sul.
Presente
no seminário, o empresário colombiano Germán Efromovich, candidato à compra da
TAP, confirmou aos jornalistas portugueses que conversou nestes dias com Cavaco
Silva e com o ministro da Economia, mas sem quaisquer compromissos, uma vez que
é o Governo que tem que se pronunciar primeiro.
O líder
parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, que integra a comitiva, diria aos
jornalistas que ao ouvir anunciar tanto investimento não pode "deixar de
desejar que estas mesmas empresas encontrem em Portugal e nas políticas do
Governo e europeias também condições para investirem e criarem postos de
trabalho".
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