Público
- 26/01/2013 - 00:00
Um documento geral e quatro pareceres jurídicos respondem aos
cinco pedidos de fiscalização já interpostos
O Governo enviou ao Tribunal
Constitucional (TC) um documento e quatro pareceres jurídicos em defesa da
constitucionalidade de várias normas do Orçamento do Estado (OE) para 2013 que
estão submetidas ao processo de fiscalização sucessiva.
O executivo confirmou à Lusa que
entregou no TC um documento que sustenta a constitucionalidade de vários
artigos do OE com o objectivo de "contribuir para um maior esclarecimento
dos fundamentos da constitucionalidade dos referidos artigos". Além deste
documento, foram ainda entregues ao TC pareceres dos professores Vieira de
Andrade, Cardoso da Costa, Xavier de Basto e Miguel Nogueira de Brito.
Até ao momento, foram feitos cinco
pedidos de fiscalização de normas do OE. Pelo Presidente da República, por deputados
do PS e parlamentares do PCP, BE e PEV, pelo provedor de Justiça e por
deputados do PS-Açores, que o TC decidiu incorporar num único processo.
As duas normas que determinam a
suspensão do pagamento do subsídio de férias e a aplicação de uma taxa extraordinária
aos pensionistas são comuns a todos os requerimentos, excepto ao pedido do PS
açoriano.
O Presidente da República, os
deputados do PS e do PCP, BE e PEV pediram, ainda, a fiscalização da
constitucionalidade da suspensão do pagamento do subsídio de férias aos
trabalhadores do sector público.
Os parlamentares comunistas e
bloquistas pediram, também, a fiscalização de outras sete normas, entre as
quais as alterações aos escalões do IRS e da sobretaxa de 3,5%.
Por seu lado, os socialistas
açorianos entendem que as normas relativas aos "contratos a termo
resolutivo, ao controlo do recrutamento de trabalhadores nas administrações
regionais, às receitas do Serviço Nacional de Saúde, à sobretaxa do IRS e a
"norma interpretativa" relativa à transferência do IRS para as
autarquias não estão conformes ao estatuto político-administrativo da região e
à Constituição.
Assinado por todos os deputados
socialistas dos Açores, o requerimento alega que o artigo 149.º do OE, ao
obrigar os açorianos a pagarem para aceder ao Serviço Nacional de Saúde
"como se fossem estrangeiros no seu próprio país", colide com os
princípios da universalidade e igualdade, consagrados na Constituição, e viola
o direito à protecção da saúde, através de um serviço nacional de saúde universal
e geral. "Com a carga fiscal que impõe, este orçamento tem um efeito
nefasto nas famílias e empresas", alegam.
Para o líder parlamentar do
PS-Açores, Berto Messias, "ao usurpar competências e receitas da região,
como acontece no âmbito da sobretaxa de IRS, o diploma põe em causa questões
basilares do nosso regime autonómico".
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