Medina.
Em causa as notícias que davam o fiscalista como suspeito
A Procuradoria-Geral da República (PGR) ordenou a instauração de um
inquérito-crime por violação do segredo de justiça devido à fuga de informação
que levou às notícias, na passada sexta-feira, sobre as buscas a casa e ao
escritório do fiscalista Medina Carreira, no âmbito da Operação Monte Branco.
A informação foi avançada ao i pela PGR, que não esclareceu, no entanto,
se tenciona fazer um pedido de desculpas formal ao ex-ministro das Finanças
dado como suspeito no processo pelo semanário “Sol”. Mais tarde os
investigadores terão afastado essa hipótese, adiantando que o Medina Carreira
referido em listas apreendidas a um dos arguidos do processo como sendo cliente
de Francisco Canas – arguido que agiria como intermediário entre os clientes
portugueses e a empresa suíça de gestão de fortunas Akoya – será, ao que tudo
indica, um nome de código para ocultar a verdadeira identidade do fugitivo ao
fisco. Conforme o i avançou ontem, o fiscalista terá sido o único alvo falhado
das 21 buscas feitas na semana passada e os investigadores ainda não
descartaram a possibilidade de o falso “Medina Carreira” ser alguém próximo do
fiscalista.
O episódio levou o Conselho Distrital da Ordem dos Advogados (OA) a
condenar a “reiterada violação do segredo de justiça” e a pedir reuniões
urgentes com a ministra da Justiça e a procuradora-geral da República. Na
segunda-feira, em Gaia, Cândida Almeida, directora do DCIAP, recordou que o
processo não passa só pelo Ministério Público e defendeu ser “um pouco
esquizofrénica” a ideia de que é o MP a passar a informação, uma vez que foi
deste órgão que partiu a exigência da “manutenção do segredo de justiça” na
última alteração do Código de Processo Penal. Sílvia Caneco
i, 12 Dezembro 2012
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