Por: AnaIsabel Fonseca / Tânia Laranjo
O processo
do ‘Saco Azul’ chega, assim, ao fim, porque a decisão da Relação não é passível
de recurso. Dos 23 crimes de que foi formalmente acusada, a autarca acaba por
não ser condenada por nenhum. Artur Marques, advogado de Fátima Felgueiras, não
esconde a satisfação. "O tribunal deu-nos finalmente razão, a tese da
defesa sempre foi de que a Fátima Felgueiras era inocente", disse o
causídico.
A
ex-presidente da Câmara de Felgueiras foi condenada, em Novembro de 2008, a
três anos e três meses de prisão com pena suspensa. O tribunal deu como provado
que tinha cometido um crime de peculato de uso, um de abuso de poder e outro de
peculato. Felgueiras recorreu para a Relação de Guimarães, que, em Março do ano
passado, considerou que os dois primeiros crimes estavam prescritos.
Restava
apenas a condenação por peculato, que dizia respeito ao facto de ter utilizado
um automóvel oficial da Câmara de Felgueiras numa deslocação a um congresso do
PS. Mas, também neste caso, os juízes consideraram que o tribunal de 1ª
instância cometeu uma irregularidade ao não comunicar à arguida a alteração
substancial dos factos.
Fátima
Felgueiras voltou a ser julgada por aquele crime, mas o tribunal absolveu-a. O
Ministério Público recorreu, novamente, para a Relação, que confirmou agora a
absolvição.
CARTA PARA
PROCURADORIA DENUNCIOU CRIMES
O caso ‘Saco
Azul’ nasceu em 1999, com uma carta anónima enviada ao então procurador--geral
da República, Cunha Rodrigues. Na missiva eram denunciadas várias
irregularidades, cometidas durante 14 anos, na Câmara Municipal de Felgueiras,
que incluíam viagens, utilização dos meios da autarquia e negócios com
empresas. Depois de ser acusada, Felgueiras fugiu para o Brasil, em 2003, e regressou
em 2005, tendo sido novamente eleita presidente da Câmara.
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