domingo, 6 de maio de 2012

Scut. Sociedade civil tem capacidade de tomar as iniciativas que entender


O primeiro-ministro, Passos Coelho, recusou hoje comentar a queixa-crime do Automóvel Clube de Portugal contra ex-governantes do PS sobre a gestão das SCUT, mas admitiu que a sociedade civil tem capacidade de tomar as iniciativas que entender.
"A sociedade civil tem toda a capacidade de tomar, em todo o tempo, as iniciativas que entender sobre o passado ou sobre o presente, mas não está nas minhas funções fazer comentários sobre essa natureza", disse Passos Coelho aos jornalistas, na Figueira da Foz, à margem da sessão do 38.º aniversário do PSD.
De acordo com a notícia avançada hoje pelo jornal i e pelo Expresso, o Automóvel Clube de Portugal entregou uma participação criminal no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) contra Mário Lino, Paulo Campos e António Mendonça por alegada gestão danosa nas negociações dos contratos das SCUT (autoestradas sem custos para o utilizador). Fonte do DIAP confirmou entretanto à agência Lusa ter dado entrada a queixa do ACP, que foi distribuída à nona secção.
Passos Coelho referiu que a sua competência, enquanto primeiro-ministro, é da "concentrar todas as energias em recuperar a economia" do país.
Questionado pelos jornalistas sobre o relatório do Sistema Nacional de Integridade para Combate à Corrupção, que será divulgado segunda-feira, o governante disse desconhecê-lo.
Passos Coelho afirmou esperar que "todas as ações" que têm vindo a ser preparadas "com grande consenso partidário, até na Assembleia da República," na luta contra a corrupção "façam o seu caminho".
De acordo com Passos Coelho, "se há coisa que mina a confiança das pessoas nos políticos, são fenómenos de falta de transparência e corrupção", frisou.
"Espero que o panorama no futuro, qualquer que seja esse retrato que vai ser apresentado e que eu ainda não conheço, só possa melhorar", disse.
Já sobre se a eventual vitória de François Hollande nas eleições presidenciais francesas poderá facilitar a saída da crise, Passos Coelho voltou a não se alongar em comentários, argumentando que "não é habitual, muito menos no caso português, que um chefe de Governo se intrometa nas questões eleitorais de outros países".
"Evidentemente que o que vier a acontecer nos próximos anos à França é importante para toda a Europa", afirmou.
I e Lusa de 5-5-2012

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