quarta-feira, 28 de março de 2012

BPN - Ministério Público acompanha privatização

Lígia Simões, no Económico
28/03/12 00:05
PGR revela que está atenta ao negócio de venda ao BIC.
A privatização do BPN está a ser acompanhada pelo Ministério Público. A garantia é da Procuradoria-Geral da República (PGR) que não esclarece se foi, ou não, aberto um inquérito, depois das suspeitas levantadas por alguns deputados ao negócio de venda ao BIC. Eventuais prejuízos para o Estado decorrentes da operação está na base do foco de atenção da PGR à reprivatização do BPN, num processo que poderá vir também a ser escrutinado pela nova comissão de inquérito que se irá debruçar sobre os actos de gestão da CGD após a nacionalização.
"O Ministério Público acompanhará, dentro da legalidade, a anunciada privatização", revelou ao Diário Económico fonte oficial da PGR. Este anúncio, segundo fonte judicial, significa que o Ministério Público "está atento a este processo", podendo o acompanhamento passar por averiguações preventivas no caso de ainda não terem reunido suficientes indícios criminais para abertura de um inquérito. Realça aqui que a atenção à privatização do BPN, merecida pela PGR, se justifica por poder estar em causa prejuízos para o Estado.
No início de Março, a PGR tinha adiantado que face às suspeitas levantadas por deputados quanto ao negócio de privatização, com a anunciada venda ao BIC por 40 milhões, estava a analisar se existiam motivos suficientes para a abertura de um inquérito. Uma posição que surge depois do anúncio do requerimento para criar uma comissão de inquérito ao BPN, com alguns deputados como o bloquista João Semedo a justificar a iniciativa com expressões como "apuramento da verdade", "assacar responsabilidades políticas" ou conseguir impedir a "venda de favor"- uma impossibilidade temporal visto que a operação será concretizada no final de Março, antes do fim dos trabalhos da comissão.

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