terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Ministros não revelam números de crimes


Os roubos em residências, de viaturas, a carrinhas de transporte de valores, farmácias e ourivesarias são os crimes que, de acordo com os ministérios da Justiça e Administração Interna, mais alarme social estão a causar e que merecem um tratamento policial especial, estando a ser efectuado um levantamento para definir as zonas de mais urgente intervenção.
Reunidos ontem de manhã em Lisboa, juntamente com os directores e comandante da PJ, PSP e GNR, os ministros da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, e da Administração Interna, Miguel Macedo, não quiseram revelar quais os números reais da criminalidade participada no segundo semestre do ano passado. Limitaram-se a dizer que os valores, ainda em fase de consolidação, são sensivelmente os mesmos dos que foram apurados em igual período de 2010.
Para além dos crimes já descritos, os dois governantes entendem ainda que devem ser tomadas medidas extraordinárias para travar alguns dos delitos que mais preocupação têm gerado, nomeadamente os assaltos com explosivos a caixas automáticas de levantamento de dinheiro e ao furto de cobre. No primeiro caso há registo de dezenas de caixas rebentadas com recurso a gás. Estão detidos elementos de, pelo menos, seis grupos distintos, mas há alguns outros que ainda se encontram activos e que continuam a provocar rebentamentos. A zona de Setúbal e o Norte do país tem sido os locais mais ameaçados.
Relativamente ao furto de cobre, que é já um dos crimes mais rentáveis para quem os pratica (só o tráfico de droga, o contrabando de tabaco e, em alguns casos, a contrafacção e venda de filmes e CD geram mais proveitos imediatos), vão intensificar-se as operações de fiscalização e sensibilização junto de sucateiros (apontados como os principais receptadores) e tentar reforçar o policiamento nos distritos de Leiria, Santarém e Porto, que são aqueles onde a média de participações anuais é mais elevada, ultrapassando os 500 casos.
Os números da criminalidade participada em Portugal são apresentados anualmente. No entanto, de acordo com os responsáveis ministeriais, existe agora a ideia de tornar pública e trimestral a apresentação desses números. Em 2014, de acordo com o MAI, a divulgação destes mesmos dados, deverá ser mensal.
José Bento Amaro
Público de 17-01-2012

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