segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Onda de criminalidade


Em 2007 entrou em vigor a reforma do Processo Penal preparada pela famosa unidade de missão. Alteraram-se pressupostos da prisão preventiva, dificultando–a, facilitou-se a liberdade condicional e a suspensão da pena de prisão.
Em Setembro de 2007, no dia da entrada em vigor da reforma, restituíram-se à liberdade centenas de indivíduos impreparados para enfrentar uma sociedade em crise.
À recessão, ao desemprego, à crise, o Governo respondeu então aligeirando o sistema penal.
Os custos traduziram-se em vidas e património de cidadãos inocentes, num clima de insegurança sem paralelo.
Entretanto, um ou outro dos principais responsáveis dessa reforma, com a irresponsabilidade que os caracteriza, permitem-se fazer críticas, mandar palpites, lavando as mãos como Pilatos.
O povo já nem se recorda deles. Um destes dias terão de ser nomeados para avivar memórias.
Entretanto, é necessário reconstruir o sistema, conferir-lhe a credibilidade perdida.
Assim seja possível romper corporativismos idiotas, egoísmos cegos ou academismos desfasados da realidade.
João Palma
Correio da Manhã, 26-12-2011

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