terça-feira, 26 de julho de 2011

Escutas ilegais existem e são fáceis de fazer em Portugal


“É facílimo fazer escutas em Portugal. A tecnologia evolui todos os dias e quanto mais sofisticada é mais fácil se torna escutar alguém”, explicou Mário Costa à agência Lusa.
A existência de escutas ilegais é corroborada pelo Procurador-Geral da República (PGR) que reiterou, agora à agência Lusa, o que disse em Março na Assembleia da República, onde defendeu a criação de uma entidade independente para controlar as operadoras de telecomunicações e as escutas telefónicas.
Na ocasião, Pinto Monteiro garantiu que havia escutas ilegais em Portugal e que tinha alertado os políticos no sentido de que o Ministério Público (MP) não tem “nenhum meio”, nem “nenhum poder” para as controlar. E nesse sentido, defendeu a criação de uma lei que atribua a uma “entidade independente” ou ao MP meios legais e técnicos para fiscalizar e fazer o “controlo operacional” das escutas legais ou detetar quais as escutas ilegais.
Para Mário Costa, a crise económica e financeira propicia a existência de mais escutas ilegais: “quando não temos dinheiro na algibeira os nossos neurónios funcionam melhor, e obrigam a desenrascarmo-nos”.
“Quando alguém necessita de saber como é que determinada empresa funciona, quem são os fornecedores, clientes, previsões de vendas ou outras coisas importantes para os negócios as escutas são utilizadas”, assegurou o detective, cuja actividade não é regulada em Portugal.
Sendo “tecnologicamente cada vez mais fácil escutar as pessoas”, o detective considera que a única diferença está no dinheiro que se investe nos aparelhos. “Há dois tipos de escutas ilegais: a que se descobrem e as que não se descobrem e a única diferença entre elas é o dinheiro investido no material”, disse Mário Costa, acrescentando que um “bom aparelho para fazer escutas pode custar 50 mil euros”.
E quanto aos aparelhos utilizados, Pinto Monteiro e Mário Costa estão de acordo: “são fáceis de adquirir na internet, no Rossio e na Praça da Figueira”.
 Diário de Notícias, 26 de Julho de 2011

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