quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

A vida do juiz


«A vida de um Juiz é uma vida condenada ao esquecimento – sem nome e sem obra, o magistrado não tem direito à memória dos vindouros. Submerso na grandeza da profissão, é o Juiz da comarca A ou da comarca B e não á pessoa concreta que a exerce; afagado no trabalho ciclópico que se lhe exige, não tem tempo, em regra, para deixar o testamento escrito da sua experiência e do seu saber. Sem obra e sem nome, não tem direito senão à memória dos que o conheceram - e essa memória rapidamente prescreve».

Em memória do Juiz Conselheiro Frederico Mendes Carvalhão, in Textos, Centro de Estudos Judiciários, Lisboa, 1990/91, p. 27