Renascença
- 02-02-2013 1:42 por Marina
Pimente
Os tribunais poderão tirar os mandatos de Fernando Seara e Luís
Filipe Menezes nas câmaras de Lisboa e Porto, respectivamente, avisa o
social-democrata Paulo Rangel em declarações ao programa “Em Nome da Lei” da Renascença.
Em causa está o facto de
os dois candidatos do PSD às principais autarquias do país terem já cumprido
três mandatos noutras câmaras e de voltarem a concorrer nas eleições marcadas
para Outubro deste ano.
Paulo Rangel, que foi um dos
negociadores da lei da limitação de mandatos dos autarcas, defende que, embora
o diploma não o diga expressamente, o objectivo do legislador era impor uma
limitação geral de três mandatos.
O eurodeputado alerta que essa pode muito bem ser a interpretação dos tribunais, se vierem a ser concretizadas as ameaças de impugnação já feitas: “Acho que isso é um risco que pode acontecer e não só eu. Até algumas pessoas que vão ser candidatas a outras autarquias, ouvi eu em conselho nacional do PSD pedirem por tudo, que é aquilo que eu peço”.
O eurodeputado alerta que essa pode muito bem ser a interpretação dos tribunais, se vierem a ser concretizadas as ameaças de impugnação já feitas: “Acho que isso é um risco que pode acontecer e não só eu. Até algumas pessoas que vão ser candidatas a outras autarquias, ouvi eu em conselho nacional do PSD pedirem por tudo, que é aquilo que eu peço”.
“Uma coisa é a minha concepção
política, a concepção jurídica eu acho que aqui há dúvidas. O que eu defendo é
que haja um esclarecimento, ou para um lado ou para o outro”, sublinha.
Passos Coelho foi alertado para
o risco de serem chumbadas em tribunal as recandidaturas de autarcas que já
atingiram o limite de mandatos noutras câmaras. Paulo Rangel diz que o líder do
seu partido deveria ter seguido o exemplo do líder do PS, António José Seguro,
que não permite candidaturas nessas circunstâncias.
Como não o fez, resta-lhe fazer
uma rectificação à lei se quiser evitar que a questão seja resolvida pelos
tribunais, refere, "apesar de politicamente achar que é uma má
solução".
A Lei da limitação de mandatos
pode “contaminar todo o debate” autárquico, adverte Paulo Rangel, se não houver
uma clarificação da lei.
O eurodeputado insiste que a
ideia do legislador era criar um impedimento geral e não apenas na autarquia
onde já foram cumpridos três mandatos. O eurodeputado social-democrata defende
que, sobretudo nas grandes cidade, é evidente que assim como os autarcas mudam
para a Câmara ao lado, também as clientelas se deslocam.
As redes clientelares não têm
fronteiras, defende também Manuel Meirinho no programa “Em Nome da Lei”
da Renascença.
O politólogo diz que é real o
perigo dos objectivos, de combate à corrupção e ao caciquismo, da lei da
limitação de mandatos ficarem na prática completamente desvirtuados, sobretudo
em autarquias vizinhas.
Este é um excerto do programa
“Em Nome da Lei”, que é transmitido este sábado, depois do meio-dia, na antena
da Renascença. O debate é
moderado pela jornalista Marina Pimentel.
Sem comentários:
Enviar um comentário