Fiquei surpreendido com duas conclusões da investigação biomédica e neurocientífica recente no domínio das drogas.
Segundo estudos genéticos da dependência, a toxicomania seria hereditária numa proporção compreendida entre 50 e 80%: uma quinzena de regioões cromossómicas seria responsável pela predisposição para a toxicodependência.
Por outro lado, e agora no plano mais prático de transmissão de conhecimentos, de entre os novos tratamentos anti-droga, estaria já em vias de aplicação a vacina anti-cocaína criada pelo Grupo Xenova nos EUA.
Só que, em contraponto, havia lido há dias Bertrand Jordan, “Os Impostores da genética”, onde se alerta para as falsas ideias e expectativas, por exemplo, do cromossoma da criminalidade ou do gene da homossexualidade. E que que estamos muito longe de um destino determinado pelos genes pois não se pode esquecer a importância dos efeitos da mutação, interacção com outros genes, e o desenvolvimento do indivíduo no seio de um meio ambiente vivo (p. 168) .
No que toca à vacina, se ela atenua ou quase exclui - diz-se - os picos de prazer, não evita obviamente a possibilidade de mudança para outras drogas.
Enfim, sempre o Homem na luta pelo conhecimento e controlo de si próprio. E a ciência na busca de saídas para as crises do nosso tempo.
1 comentário:
Essa de explicar tudo pelos genes tem muito que se lhe diga.
Descobre-se o gene "responsável" pelo consumo de drogas e... "arranja-se" logo uma "vacina"!
Tudo pago.
Desde as drogas à "vacina".
Entretanto temos um direito penal assente na CULPA!
É o que dá a pretensa "democracia": cada tirada de um "excêntrico" é igual, em teoria, à de outro "excêntrico" qualquer.
Mas quando pia fino, o "legislador dita as regras de jogo e diz que tens "livre arbítrio" e comes pela medida grossa se não as respeitas.
Onde está a verdade?
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