quinta-feira, 10 de março de 2005

Aposte-se a sério no tribunal colectivo da 1ª instância!

Um comentário que merece subir à tribuna de honra:

A captação da realidade dos factos, no seu verdadeiro, genuíno, autêntico e irrepetível circunstancialismo, ou se faz bem na 1ª instância, ou então nunca mais se faz.
Isto é como na maioria dos actos cirúrgicos: ou saem bem logo à primeira, ou então o paciente está condenado a sucessivos cortes e remendos que jamais lhe resolverão o problema.
Aposte-se a sério no tribunal colectivo da 1ª instância e poupem-se os tribunais superiores ao simulacro da reapreciação das provas, cuja espontaneidade fica irremediavelmente amortalhada nas intermináveis laudas para onde se transcrevem as ditas, com grave sacrifício, aliás, do erário público e chorudos lucros para os "empresários" do ramo.
Portanto, nos colectivos, nada de juízes inexperientes ou ineptos, nada de asas adormecidos ou entretidos em outros voos. O que se querem é águias de corpo inteiro, atentíssimas, os ouvidos sempre em fina sintonia de alta fidelidade multidireccional, os olhos sempre abertos, sempre argutos, sempre a rastrear tudo quanto se passe na sala de audiências - e, claro, a canetinha, sempre à mão, para as necessárias notas, não vão os meritíssimos cair na tentação de, no grave momento da fixação dos factos, recorrer à imaginação para suprir as naturais falhas da sua memória.

Comentário de Mano Pedro, extraído daqui.

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