Há dias o Director Nacional da PJ desmantelou a equipa que coadjuvava o Ministério Público e o Juiz de Instrução no processo "Casa Pia", o que provocou uma carta do Procurador-Geral da República chamando-lhe a atenção para o facto de existirem outros processos provenientes de fotocópias extraídas daquele a merecerem continuidade da investigação. Não parece que o Senhor Director Nacional tivesse sido sensível.
Mais recentemente, veio a público que a Coordenação do DIAP de Lisboa desmantelou a equipa que presidia à mesma investigação, agora do lado do Ministério Público (nos Juízos de Instrução não consta que tivesse havido ainda desmantelamento, talvez porque não há equipa).
Não se sabe se o Senhor Procurador-Geral da República escreveu alguma carta à Coordenação do DIAP a pedir que não desmantele.
As minhas dúvidas:
- a PJ não depende funcionalmente do Ministério Público?
- e o DIAP, para efeitos organizativos ao menos, não depende do Procurador-Geral da República?
- Estaremos todos num faz de conta?
Eu só queria entender...
2 comentários:
1. Este blogue não é meu, é colectivo, respondendo cada membro pelo que subscreve.
2. Como diz o Gastão, também entendo que a questão é pertinente. Mais, é preocupante.
3. Num espaço plural, como este, temos que nos habituar a respeitar as opiniões alheias. Se o Comentador discorda, é livre de manifestar a discordância, sem necessidade de insultar
Comentário ao comentário do "Comentador", pelo Autor do post que, por dificuldades técnicas, não o pode fazer directamente:
“Agradeço o comentário, na parte que me respeita. Gostaria de dizer uma palavra quanto à ética.
Enquanto a moral estabelece condutas e regras que são assumidas por muitos como válidas, em qualquer lugar, garantindo um referencial comum, a ética examina a justificação racional dos julgamentos morais, indaga o porquê de as considerarmos válidas, comparando-as com as regras “morais” de outras pessoas. Diz-se então que a ética deveria ser deixada à apreciação de cada um, em contraste com a moral, que será de todos.
Porém, mais do que as regras, à ética interessa a reflexão. Não já à maneira de Platão, como contemplação do belo, do bem e do verdadeiro que alimenta a alma ao ponto de a tornar capaz de se conformar ao seu ideal, não tanto a descoberta teórica e modelar da «arte de viver», mas o propósito racional de averiguar como em concreto viveremos melhor, como diz F. Savater.
Aplicando ao caso - não creio que se possa viver melhor neste nosso país quando se perder a capacidade de poder dizer em voz alta o que se pensa, sem ofender os visados, como penso ter feito. Esse será um imperativo ético”.
ALM
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