quinta-feira, 7 de junho de 2012

Futuro do Tribunal de Vila do Conde !!!

Vem publicado hoje no jornal de VILA DO CONDE:
Tribunal é para fechar?
O Quadro da Reforma da Organização Judiciária agora divulgado pelo Governo é simplesmente despropositado e assustador para Vila do Conde ao desrespeitar, de forma tão violenta, os direitos da população local.
Efetivamente, ao ser admitido que o Tribunal de Vila do Conde passe a ser uma simples e denominada Instância Local, apenas com competência para matéria penal e civil de pequeno valor e onde incrivelmente tramitarão os processos de causas que lhe são retiradas e que serão posteriormente julgadas nas Instâncias Centrais (será, assim, um tipo de apeadeiro de passagem para os Tribunais do Porto, Matosinhos e Gaia!), determina-se que cá não decorrerão ações ligadas ao comércio e ao trabalho, execuções, ações de família e menores, ações ordinárias superiores à alçada do Tribunal de 1.ª Instância, processos de instrução criminal, julgamentos com coletivo de Juízes, etc.
Tudo isto passará para os Tribunais atrás referidos, incluídos na Comarca Porto-Norte a que pertencemos e onde estão dez Municípios! Questiona-se: alguém compreenderá que, após a instrução de um processo no Tribunal de Vila do Conde, o julgamento se vá realizar num outro Tribunal, obrigando-se os envolvidos - queixosos, arguidos, advogados, testemunhas, familiares e público interessado em assistir - a deslocarem-se a outra cidade, em vez de se deslocarem cá os juízes?
Lamentável é propalar-se que o acesso à justiça tem de ser para todos e facilitado, dizendo-se ser Importante aproximar essa mesma justiça dos cidadãos, e depois vermos o Governo a pretender encerrar Tribunais em Concelhos do interior do país e a esvaziar outros em Municípios como Vila do Conde e Póvoa de Varzim.
Indignado, o Eng.º Mário Almeida disse que a «loucura» claramente visa «só cá deixar os pequenos crimes, os processos sumários em resultado de flagrante-delito e as contra-ordenações», pelo que já se reuniu com os representantes locais da Ordem dos Advogados e manifestou o seu veemente protesto à Ministra da Justiça, solicitando-lhe que «reveja a situação, analise o caso, verifique os dados do trabalho judicial local e faça justiça».
Uma vergonha, sem dúvida. Para além do prejuízo dos funcionários que serão retirados do seu atual local de trabalho e enviados não se sabe para onde, incluindo Juízes e Procuradores, também os serviços locais, a restauração e o comércio serão profundamente afetados.

Se o Governo concretizar o que pretende, o Palácio da Justiça irá ter de imediato pouco serviço e menor movimento, por certo se apontando para o seu encerramento daqui a três ou quatro anos! Iremos ter outro «Mosteiro de Santa Clara»?

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