quarta-feira, 25 de abril de 2007

Zangado e iracundo

Acho que descobri a fórmula: tenho mesmo de fazer as pazes com o Direito!
Primeiro, tenho de convencer-me que a Justiça não é uma forma de legitimar racionalmente a decisão já tomada intuitivamente, a advocacia uma forma de fomentar retoricamente o encontrar-se tal legitimação.
Depois, tenho de acreditar que a Procuradoria não é o sistema de agarrar selectivamente alguns, para que pareça que se prenderam exemplarmente todos.
Por fim, tenho mesmo que interiorizar que os estudantes de Direito, tal como os de teologia, se imergem, aspergindo-se em beatitude, no mundo da angeologia, entre querubins e serafins!
No dia em que estiver disto tudo convencido, devo estara a bater as asas.
Por isso, até lá, agora que o Vaticano aboliu o limbo, não acreditando no céu, resta-me o inferno.
Tudo visto, vou mesmo ter de voltar aqui, ainda que zangado com o Direito e com a Justiça iracundo!

3 comentários:

L.C. disse...

Ainda bem que volta, mesmo zangado e iracundo!
Isto bem precisa duma boa chinfrineira.

ALM disse...

"Depois, tenho de acreditar que a Procuradoria não é o sistema de agarrar selectivamente alguns, para que pareça que se prenderam exemplarmente todos".

Está a referir-se aos magistrados ou aos criminosos?
Com efeito, parece que hoje no MP apenas existem dois ou três magistrados(as). Voltámos aos velhos tempos mas com refracção na vista? Será que se está a criar o tal espírito de corpo ou o corpo sem espírito?
A outro nível, a sensação geral é de que se dão contracções, esperneia-se e a água mole das medidas governamentais entra na rotina e instala-se subrepticiamente...mesmo quando não servem.

hfm disse...

e eu sem acreditar nela.